Notícias da Igreja

Trinta e cinco anos atrás, João Paulo I era eleito Papa



Cidade do Vaticano (RV) – Nesta segunda-feira, 26 de agosto, decorre o 35º aniversário de eleição à Sé de Pedro de João Paulo I. Nascido em Canale d’Agordo, norte da Itália, em 17 de outubro de 1912, no momento da eleição o Cardeal Albino Luciani era Patriarca de Veneza e assumiu o nome de João Paulo I, homenageando seus dois predecessores: João XXIII e Paulo VI, que falecera 20 dias antes.

O seu pontificado foi um dos mais breves da história: depois de apenas 33 dias o “Papa do sorriso” foi encontrado morto em sua cama, na manhã de 28 de setembro. Em seu único discurso Urbi et Orbi, João Paulo I reiterou à Igreja que seu principal dever era a evangelização e a exortou a prosseguir no esforço do ecumenismo.

Em discurso no dia 10 de setembro, dirigindo-se a representantes da imprensa internacional, pediu que “se aproximassem mais de seus semelhantes, intuindo de perto seu desejo de justiça, de paz, de concórdia e solidariedade, em prol de um mundo mais justo e humano”.

Nas quatro audiências gerais que concedeu, o Papa “humilde” enfrentou temas como a humildade, a fé, a esperança e a caridade, falando com um estilo pessoal do qual emergiu sua missão pastoral e catequética.

João Paulo I também é lembrado como o “Papa catequista”, ou “Papa pároco do mundo”, nomes que salientam seu amor pela catequese vista como paixão comunicativa a serviço da verdade cristã e não como uma forma reduzida de evangelização.
(CM)


Notícias da Igreja

Vice-postuladora da Causa de Beatificação de João Paulo I destaca profundas consonâncias entre Luciani e Bergoglio



Cidade do Vaticano (RV) - Em 26 de agosto de 35 anos atrás o então Patriarca de Veneza Albino Luciani era eleito à Cátedra de Pedro, tomando para si o nome de João Paulo I. Um Pontificado brevíssimo, de 33 dias, e, no entanto, extraordinariamente fecundo.

Humildade, doçura e simplicidade foram os dotes humanos de Albino Luciani, que os fiéis do mundo inteiro aprenderam a amar nas poucas semanas antes de sua morte ocorrida em 29 de setembro de 1978.

Para nos falar sobre o assunto, a Rádio Vaticano ouviu a vice-postuladora da Causa de Beatificação do Papa Luciani, a jornalista Stefania Falasca, que se detém sobre o impacto que a eleição de João Paulo I teve na Igreja:

Stefania Falasca:- "Continuo considerando o Pontificado de Luciani como o Pontificado de um Papa inédito; que teve uma grandíssima eficácia e uma força, inclusive inovadora. Ao mesmo tempo, Luciani, naquele mês de Pontificado – apenas 33 dias – deixou um sinal indelével na Igreja. Era um homem que vinha de uma formação sólida, tradicional do Vêneto – católico; ao mesmo tempo, era um homem que participou e viveu intensamente a estação do Concílio. O seu modo de colocar-se e de apresentar-se ao mundo, o modo em que o mundo o conheceu naquela ocasião, foi como o de um vento forte de uma nova primavera para a Igreja."

RV: João Paulo II disse que a importância do Pontificado de Luciani foi inversamente proporcional à sua duração. Você também falou de um vento forte...

Stefania Falasca:- "Sim, inversamente proporcional: porém, daquilo que sabemos dele – de seu calibre, de seu pensamento, de seu magistério – vimos somente uma pequena parte. O que lhe estava subjacente era toda a sua vida precedente, aquilo que vimos naqueles 33 dias representou como que a "ponta de um iceberg". Luciani pode ser entendido à luz de tudo aquilo que fez também precedentemente e o teríamos conhecido assim. Teria continuado aquilo que fez como Bispo e Patriarca de Veneza."

RV: Muitos encontram fortes semelhanças entre o Papa Luciani e o Papa Bergoglio...

Stefania Falasca:- "Na noite da eleição do Papa Bergoglio – eu estava na Praça São Pedro –, assim que ele se apresentou e disse "boa-noite", algumas pessoas anciãs que estavam atrás de mim disseram: "É como o Papa Luciani". Isso me impressionou; portanto, também para as pessoas que conheceram o Papa Luciani foi essa a impressão, justamente por essa sua expressão e por aquele modo de apresentar-se. A meu ver, creio que existem consonâncias muito profundas; por exemplo, a constante evocação à "misericórdia". Traço caracterizador do Papa Luciani, distintivo de seu magistério; bem como convincente e persuasivo, em primeiro lugar, o saber transmitir o amor de Deus com acentos de rara eficácia e de autêntica humanidade. Ele tornou visível – com a palavra e com a vida – a ternura e a misericórdia no fazer-se próximo de todos. Ligado a isso estava a humildade."

RV: Era inclusive o seu lema episcopal: l'humilitas...

Stefania Falasca:- "Sim, é aquela humildade que vem justamente do próprio Cristo, porque as outras virtudes – também na época clássica – não são propriamente cristãs. A humildade é aquela virtude que Cristo nos trouxe e nesse traço encontro muitas analogias com João Paulo I. Luciani foi o primeiro a ter e usar com força a oralidade, aquela oralidade que parecia perdida na Igreja e é também a força do Papa Francisco, como vimos nas pregações matutinas e em seu falar. De fato, o tom era aquela sabedoria do colocar – feita também pelos Padres da Igreja – aquela forma de acessibilidade que ele adotou para chegar a todos, como módulo expressivo mais consonante na Igreja que quer ser "amiga" dos homens de seu tempo. Creio que Francisco complete ou porte adiante aquilo que Luciani iniciara." (RL)

Atualidade

Apreço na Síria às palavras do Papa em favor da paz: bispo de Aleppo alerta para gravíssimos riscos de intervenção militar



Cidade do Vaticano (RV) - O apelo do Papa em favor da paz na Síria, feito no Angelus deste domingo, tocou o coração de muitas pessoas do país do Oriente Médio. O Santo Padre expressou "grande sofrimento e preocupação" falando de "uma guerra entre irmãos".

O Pontífice exortou a comunidade internacional a fazer-se mais sensível para com "a trágica situação" na Síria e pediu que a comunidade internacional faça todo esforço "para ajudar a amada nação síria a encontrar uma solução a uma guerra que semeia destruição e morte".

A esse propósito, a Rádio Vaticano entrevistou o bispo de Aleppo dos Caldeus e presidente da Caritas na Síria, Dom Antoine Audo, que nos falou sobre a forte comoção na Síria suscitada apelo do Papa Francisco e sobre o possível papel da comunidade internacional:

Dom Antoine Audo:- "Tive a oportunidade de ouvir, ao vivo, o Angelus do Santo Padre. Fiquei realmente muito contente por ter sentido que o Santo Padre se faz próximo a nós, falou sobre a Síria, sobre essa "amada nação", expressou o seu sofrimento e o seu empenho para ajudar a Síria. Pediu à comunidade internacional que faça todo o possível em prol da paz, pelo diálogo entre as diferentes partes em conflito. Foi realmente uma coisa muito pessoal, muito clara, muito direta... Com esse gesto o Papa transmite confiança a todos nós que agora estamos, sobretudo em Aleppo, numa situação muito difícil. A mensagem do Santo Padre é muito, muito positiva, e foi muito apreciada por grande parte da população."

RV: Dom Audo, o que podemos esperar da comunidade internacional? Já se está falando em intervenção militar...

Dom Antoine Audo:- "Se houvesse uma intervenção militar, isso poderia significar – a meu ver – uma guerra mundial. Novamente há esse risco... A situação não é nada fácil! Esperamos que as palavras do Papa para favorecer um verdadeiro diálogo entre as diferentes partes em conflito, para encontrar uma solução, seja o primeiro passo para não usar armas, mas para fazer de modo que as pessoas tenham liberdade de movimento, de viajar, de comunicar, trabalhar... Todo o país agora está em guerra! Esperamos o seguinte: uma força internacional que ajude a dialogar e não a fazer a guerra."

RV: Dom Audo, o que o senhor sabe acerca das outras zonas do país e como está a situação em Aleppo em relação a outras áreas?

Dom Antoine Audo:- "Como situação, no momento Aleppo é a pior! Todos falam isso, comparando com as outras zonas do país. Em Damasco – por exemplo – se pode viajar, o aeroporto funciona, se pode viajar para o Líbano, enquanto em Aleppo não se tem liberdade de movimento! Geralmente, na região litorânea se vive tranquilamente, muitas pessoas em Aleppo fugiram para essa região." (RL)


Igreja no Mundo

Nuncio Apostólico na Síria: "nunca mais esses crimes"


Cidade do Vaticano (RV) – Tem início nesta segunda-feira, 26, a inspeção da ONU sobre o uso de armas químicas na Síria. Uma decisão de Damasco atrasada, segundo os Estados Unidos. Precisamente Washington, – segundo a imprensa internacional –, estaria pensando em um ataque em breve tempo com o apoio de Londres. Rússia lança o apelo a não repetir os erros do Iraque.

Entretanto o governo de Assad assegura “plena colaboração aos inspetores da ONU inclusive o bloqueio total das hostilidades na área interessada”. Portanto, sinal verde para as investigações sobre o uso de gás sarin contra os civis, fato que os rebeldes atribuem ao governo, enquanto a organização Médicos sem Fronteiras confirmou ter atendido um elevado número de pessoas com sintomas de intoxicação. Entre elas pelos menos 350 perderam a vida em hospitais da ONG.

A Rússia reivindica o sucesso diplomático de ter convencido o governo de Assad a colaborar, enquanto chama a atenção dos Estados Unidos contra a possibilidade de uma intervenção. Mas também o Irã traça a sua pessoal “linha vermelha” e adverte Washington: “se atacar a Síria, esperem consequências muito pesadas”.

Mas o Presidente Obama, entretanto, aplaca a fúria da França e Grã Bretanha que gostariam de uma intervenção imediata: o chefe da Casa Branca reafirmou que sem o OK da ONU, não vai haver nenhuma ação militar na Síria. O que equivale a dizer que a intervenção não ocorrerá, pois a Rússia está pronta a por o seu veto. Na incerteza, porém Washington reforça a sua presença naval no Mediterrâneo: mais um navio somou-se à sexta frota já presente na área.

Sobre aos dramáticos eventos que estão se verificando na Síria, a Rádio Vaticano ouviu o Núncio Apostólico em Damasco, Dom Mario Zenari.

R. - Eu, nestes últimos dias, vendo as imagens terríveis que chocaram todos, ouvi o grito dessas crianças, destas vítimas inocentes, este grito para o céu e um grito para a comunidade internacional: não podemos permanecer em silêncio, diante deste grito, diante deste apelo que chega desses inocentes! Naturalmente, eu rezo para que aqueles que têm responsabilidade neste campo - a comunidade internacional, os seus líderes - sejam dotados de muita sabedoria e muita prudência. Devemos fazer de modo que não se repitam nunca mais, nunca mais, esses crimes, esses massacres ... A comunidade internacional deve fazer todo o possível para não ver mais essas imagens que nos abalaram! É preciso encontrar os meios mais adequados e mais oportunos, que não compliquem a situação. Rezemos para que aqueles que têm essas responsabilidades tenham sabedoria e prudência.

P. - Parece cada vez mais provável que tenham sido usadas armas químicas ...

R. - A comunidade internacional está aqui para verificar e estabelecer e espero que haja colaboração por parte das autoridades locais e da parte de todas que estão envolvidos no conflito, de modo que se chegue a uma conclusão.

P. - Nessa guerra, entretanto, quem está pagando mais são sempre os civis, os inocentes, as crianças ...

R. - ... e isso está acontecendo desde o início do conflito, há dois anos e meio. Cerca de um ano atrás, quando aqui em Damasco, os sons da guerra se faziam ouvir, eu tinha a impressão de que a Síria estivesse iniciando a triste descida ao inferno. Hoje, após esses fatos, eu acho que nos questionamos se já chegamos ao fundo desse abismo ... (SP)

PENSAMENTO DO DIA

SEGUNDA- FEIRA, 26 DE AGOSTO

"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota." Madre Teresa de Calcuta (1910-1997)

Atualidade

“Francisco, um Papa do entusiasmo”; a JMJ acabou de começar



Cidade do Vaticano (RV) - RealAudioMP3 “Francisco, um Papa do entusiasmo” será tema de um encontro-debate a ser realizado em 3 de setembro, na ilha do Oceano Índico, “Reunião”. O encontro é promovido pelo “Centro Diocesano Santo Inácio”, administrado pelos jesuítas. Os relatores do evento serão três jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, realizada de 23 a 28 de julho. A Ilha da Reunião é um departamento francês no Oceano Índico, localizada à leste de Madagascar. “A JMJ – lê-se no site da diocese – demonstrou que muitos jovens que creem encontram um novo modelo a ser seguido no jeito de ser e de dirigir-se aos outros do Papa Francisco”. “Em pouco menos de seis meses de pontificado – continua a nota – este Pontífice jesuíta criou um estilo próprio que impressiona pela sua simplicidade e pela radicalidade dos seus discursos, olhando direto nos olhos dos seus interlocutores”.

“Em função disto – explica o centro Santo Inácio – as multidões deixam-se tocar por suas palavras e cada um de nós sente-se interpelado pessoalmente; o seu entusiasmo é contagioso”! Segundo dados de 2010, a Diocese da Ilha da Reunião é formada por cerca 644 mil batizados, numa população de 806 mil pessoas. As paróquias presentes no território são 11.

Entretanto a Arquidiocese de São Paulo acolheu no último sábado, dia 24, no Colégio Marista de São Paulo, jovens peregrinos que participaram da Jornada Mundial da Juventude. O encontro teve como tema 'A JMJ acabou de começar' e propôs aos jovens uma reflexão sobre tudo o que aprenderam com as palavras do papa Francisco durante o evento mundial.

Felizmente, a Jornada Mundial da Juventude deixou bons frutos. Após a realização da JMJ em julho deste ano, são várias as arqui (dioceses) que estão se mobilizando em eventos pós-JMJ. O encontro em São Paulo contou com a presença do Arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer. Bastante animados, os jovens contaram testemunhos, participaram de uma celebração eucarística e um momento de confraternização. A proposta do encontro foi manter acessa a “chama” da JMJ no coração da juventude. Durante a JMJ no Rio Silvonei José conversou com Dom Odilo sobre o discurso que o Papa fez e iria fazer aos jovens mas não somente aos jovens. Eis o que ele nos disse. (SP)


PENSAMENTO DO DIA

 DOMINGO, 25 DE AGOSTO

"O ódio provoca querelas, o amor cobre todas as ofensas" Provérbios 10, 12

Angelus do Papa

"Não devemos ser cristãos de etiqueta. Mas cristãos de verdade, de coração", disse o Papa no Angelus ao refletir sobre a 'porta estreita'



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recitou a Oração mariana do Angelus neste domingo, 25 de agosto, desde a janela do apartamento Pontifício, diante de milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro. Antes de lançar um novo apelo pela paz na Síria, o Santo Padre falou sobre a salvação eterna e o convite de Jesus para passarmos pela porta estreita.

“Esforçai-vos para entrar pela porta estreita”, respondeu Jesus a alguém que lhe interpelou no caminho para Jerusalém sobre quantos seriam salvos. “O Senhor – observou o Papa – indica assim qual é o caminho da salvação. Mas qual é a porta que devemos entrar?”.

O Papa explicou que a imagem da porta aparece várias vezes no Evangelho “e evoca aquela da casa, do lar doméstico, onde encontramos segurança, amor, calor. Jesus nos diz que existe uma porta que nos faz entrar para a família de Deus, no calor da casa de Deus, da comunhão com Ele.

Esta porta é o próprio Jesus. Ele é a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a porta, que é Jesus, nunca está fechada, está sempre aberta a todos, sem distinção, sem exclusão, sem privilégios. Porque vocês sabem, Jesus não exclui ninguém. Alguém entre vocês poderia me dizer: ‘Mas, Padre, eu sou excluído porque sou um grande pecador: fiz coisas erradas, fiz tantas coisas erradas, na vida...’. Não. Você não está excluído” Precisamente por isto és o preferido, porque Jesus prefere o pecador, sempre. Para perdoá-lo, para amá-lo...Jesus está te esperando para abraçar-te, para perdoar-te..Não tenha medo. Ele te espera. Tenha ânimo, tenha coragem para entrar na sua porta”.

“Todos – acrescentou o Papa - são convidados a passar por esta porta, passar pela porta da fé, entrar na sua vida e deixá-Lo entrar na nossa vida, para que a transforme, renove, dê a ela alegria plena e duradoura”.

Após, Francisco observou que “passamos diante de tantas portas que nos convidam a entrar e prometem uma felicidade que dura um instante, se esgota em si mesma e não tem futuro”. E exortou:

Gostaria de dizer com força: não tenhamos medo de passar pela porta da fé em Jesus, de deixá-lo entrar sempre mais na nossa vida, de sairmos dos nossos egoísmos, dos nossos fechamentos, das nossas indiferenças em relação aos outros. Porque Jesus ilumina a nossa vida com uma luz que não se apaga nunca. Não é um fogo de artifício, não é um flash, não! É uma luz tranqüila que dura para sempre e nos dá paz. Assim é a luz que encontramos se entramos pela porta de Jesus”.

O Papa explica então, que “a porta de Jesus é uma porta estreita, não porque seja uma sala de tortura, mas porque exige abrir o nosso coração a Ele, reconhecermo-nos pecadores, necessitados de sua salvação, do seu perdão, do seu amor, de ter a humildade em acolher a sua misericórdia e de nos deixar renovar por Ele”, e recorda que “Jesus no Evangelho nos diz que ser cristão não é ter uma ‘etiqueta’”:

E eu pergunto a vocês: vocês são cristãos de etiqueta ou de verdade? Mas cada um de nós responda dentro de si mesmo, eh...? Nunca cristãos de etiqueta! Mas cristãos de verdade, de coração. Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras de caridade, na promoção da justiça, no fazer o bem. Pela porta estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida”.

A Virgem Maria, Porta do Céu, o Papa Francisco pediu “que nos ajude a atravessar a porta da fé, a deixar que o seu Filho transforme a nossa existência como transformou a sua para levar a todos a alegrai do Evangelho”.
Na saudação final aos diversos grupos, incluindo um grupo vindo de São Paulo, o Santo Padre recordou que para muitos este período marca o fim do período de férias de verão, desejando “um retorno sereno aos compromissos da vida cotidiana, olhando o futuro com esperança”. (JE)

Atualidade

"Cesse o barulho das armas! É a capacidade de encontro e diálogo que oferece esperança para resolver os problemas", é o novo apelo de Francisco pela paz na Síria



Cidade do Vaticano (RV) – No Angelus deste domingo o Papa Francisco lançou um novo apelo pela paz na Síria, especialmente após as notícias e imagens vindas daquele país ao longo desta semana. No país, após quase dois anos e meio de guerra civil, morreram mais de 100 mil pessoas, das quais 7 mil crianças. Mais de 4 milhões de refugiados e deslocados, 1/5 da população síria.

Com grande sofrimento e preocupação continuo a acompanhar a situação na Síria. O aumento da violência em uma guerra entre irmãos, com o multiplicar-se de tragédias e atos atrozes, que todos pudemos ver também nas terríveis imagens destes dias, me impele uma vez mais a exortar para que cesse o barulho das armas. Não é o conflito que oferece perspectivas de esperança para resolver os problemas, mas a capacidade de encontro e de diálogo”.

Do fundo do seu coração o Papa exprime a sua proximidade com a oração e a solidariedade para com todas as vítimas deste conflito, para com todos aqueles que sofrem, especialmente as crianças e convida a manterem sempre acesa a chama da esperança de paz:

“Faço um apelo à Comunidade Internacional para que se mostre mais sensível para com esta trágica situação e faça tudo o que for necessário para ajudar a cara Nação síria a encontrar uma solução para a uma guerra que semeia destruição e morte”.

Ao final, o Santo Padre convidou os presentes a rezar a Maria, Rainha da Paz! (JE)


Dia dos Catequistas

Aos catequistas, com gratidão!



Rio de Janeiro (RV) - Logo depois de termos celebrado a Semana Nacional da Família, quando nossas famílias foram convidadas a serem transmissoras da nossa fé, dentro do tema do Mês das Vocações que está em sintonia com o tema da JMJ Rio 2013, gostaria de fazer chegar a todos os catequistas uma mensagem especial pelo seu dia, neste último final de semana de agosto, refletindo acerca de sua importante missão. Catequista, você é uma pérola especial e um tesouro para Deus e sua amada Igreja. A sua singular vocação foi gerada no coração de Deus Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da vida – Jesus Cristo. Catequista, você não é apenas um transmissor de ideias, conhecimentos, doutrina ou, mais ainda, um professor de conteúdos e teorias, mas é um canal da experiência viva do encontro intrapessoal com a pessoa de Jesus Cristo.

Essa experiência é comunicada pelo Ser, Saber e Saber Fazer em comunidade, no coração da missão catequética. O ser e o saber do catequista se fundamentam numa dinâmica divina pautada na espiritualidade da gratuidade, da confiança, da entrega, da certeza de que somos impulsionados pelo Espírito Santo, fortalecidos pelo Cristo e amparados pelo Pai.

Catequista, com certeza são muitos, grandes e difíceis os desafios hoje de nossa catequese. Vivemos numa realidade que muitas vezes é contrária àquilo que anunciamos em nossa missão de levar e testemunhar a mensagem de Jesus Cristo. Mas temos a certeza de que não caminhamos sozinhos, somos assistidos pela grande catequista, a Virgem Santíssima.

Por isso, peço-lhe que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios, mas que o faz crescer e acabam gerando profundas alegrias.

"A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de iniciá-los na plenitude da vida cristã" (CT). Ensina o Catecismo da Igreja Católica: "no centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré, Filho único do Pai...”(cf CIC 1992). A finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade. Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: 'Minha doutrina não é minha, mas Daquele que me enviou' (Jo 7,16) (CIC, 426-427).

Catequista, acolha, neste dia, nosso afetuoso abraço de gratidão de nossa amada mãe Igreja, nos seus bispos, padres e de milhares de pessoas, vidas agradecidas pela sua presença na educação da fé de nossos catequizandos, crianças, adolescentes, jovens e adultos. Em sua ação se traduz, de uma forma única e original, a vocação da Igreja-Mãe que cuida maternalmente dos filhos que gerou na fé, pela ação do Espírito.

Parabéns catequistas!
Poderíamos dizer muitas coisas, palavras eloquentes e profundas, mas uma só é necessária: Deus lhe pague! E que a Força da Palavra continue a suscitar-lhe a fé e o compromisso missionário!
Que a comunidade continue sendo o referencial da experiência do encontro com Cristo naqueles que sofrem, naqueles que buscam acolhida e necessitam ser amados, amparados e cuidados.
A ternura amorosa do Pai, a paz afável do Filho e a coragem inspiradora do Espírito Santo que cuida com carinho dos seus filhos e filhas, que um dia nos chamou a viver com alegria a vocação de catequista discípulo missionário, estejam na sua vida, na vida da sua comunidade hoje e sempre!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Domingo Dia do Senhor

Reflexão para o 

XXI Domingo do Tempo Comum - C



Cidade do Vaticano (RV) - No Evangelho, Jesus anuncia a salvação a todos os seres humanos.
Ele a anuncia através de sua caminhada para Jerusalém, caminhada não apenas no sentido geográfico, mas principalmente no sentido teológico.
Por isso ela começa com alguém perguntando a Jesus, se são muitos ou são poucos os que se salvam.

Jesus não responde, mas fala que a salvação depende do compromisso radical com o projeto do Pai, a prática da justiça.

Muitos pensam em entrar no Reino apenas pertencendo à Igreja pelo batismo, fazendo parte de alguma associação, tendo títulos religiosos honoríficos, mas tudo isso para Jesus diz pouco ou nada.

É necessário não praticar injustiças, não ser conivente com elas, não ser omisso, mas comprometer-se radicalmente com a prática da justiça e, ao mesmo tempo, sentir-se pequeno, não contando com suas obras, com suas práticas religiosas, mas apenas com a misericórdia divina.

Portanto, para nós, a caminhada para Jerusalém é a nossa vida diária, em sua concretude; essa é a nossa caminhada para a salvação!

Na segunda leitura, o autor da Carta ao Hebreus nos incentiva à perseverança nas lutas travadas para sermos todos fiéis ao projeto de Deus. O grande incentivo e modelo de perseverança é Cristo Crucificado.
Mais ainda, seu autor diz que o sofrimento ajuda os cristãos a alcançar a maturidade da fé. Em sua caminhada para Jerusalém, o Senhor viveu sua entrega, chegou à sua paixão e morte. Ele se descentralizou para colocar como centro de sua vida o plano do Pai para redimir a Humanidade; isso o levou a se entregar na cruz. Também nós, seguindo os passos de Jesus, deixemos o Pai nos conduzir para onde Ele quiser.

Se Deus permite que soframos, é porque não somos estranhos a Ele, mas filhos queridos. Ele deseja nossa perfeição. Não é Ele que nos envia sofrimentos. Doenças e aflições não procedem de Deus, mas das circunstâncias da vida e, às vezes, da maldade dos homens.

Muitas vezes lutar pela justiça, desinstalar-se pode levar o cristão à porta estreita, mas será exatamente essa atitude que irá abrir as portas do coração, e isso poderá fazer sofrer, poderá fazer doer!

Desinstalar-se, lutar pelo direito e pela justiça faz sofrer porque nos coloca em luta contra o egoísmo de outros e também nossos, lutar nos tira do comodismo, nos desinstala. Não é Deus que envia os sofrimentos, mas os egoísmos os provocam!

Caminhar para Jerusalém supõe maturidade, supõe sair de si e estar voltado para o Outro.

Estamos dispostos a entrar pela porta estreita da desinstalação e do compromisso com os marginalizados? Abrimos a porta de nosso coração para que também ela deixe de ser estreita e se torne ampla?
(CAS)

Cristão Perseguidos

"Milhares de cristãos são perseguidos no mundo, mas a Mídia não fala à respeito", diz diretor da AIS



Cidade do Vaticano (RV) – Entre os temas que caracterizaram o Encontro de Rimini, está o da liberdade religiosa. Segundo o diretor na Itália da ‘Ajuda à Igreja que sofre’, Massimo Ilardo, a sensibilização sobre esta questão está melhorando. A Rádio Vaticano entrevistou-o, pedindo antes de tudo que fizesse uma reflexão sobre os 200 milhões de cristão que sofrem algum tipo de perseguição:

R: “O relatório que apresentamos revelou que em uma população mundial de 6,8 bilhões de pessoas, 5 não desfrutam de liberdade religiosa. Isto é um problema: na prática, 70% da população mundial sofre por este motivo. Mas parece um problema fácil de ser resolvido, assim, talvez não se fala o suficiente a respeito disto. Assim, imaginamos proporcionalmente, quanto os cristãos têm dificuldades em expressar a sua fé. Quando apresentamos o relatório, dissemos que 75% dos crimes com motivação religiosa são cometidos contra os cristãos. E isto diz muito sobre o fato de quanto a religião cristã seja perseguida. Depois, você falava dos 200 milhões; é claro que não é mais um discurso que possa ser negligenciado, mas, na prática, a Mass Mídia tem negligenciado”.


RV: Mas isto quer dizer que a nível internacional existe uma escassa sensibilização sobre tema deste tipo: refiro-me às grandes instituições internacionais…


R: “Não podemos dizer isto, porque nos últimos anos, sobretudo graças à Bento XVI, houve uma grande sensibilização sobre este tema. Nos anos passados, o discurso limitava-se a uma elite intelectual. Hoje, no entanto – e me orgulho muito disto –especialmente na Itália, este discurso está entrando nas casas de maneira muita mais simples, isto é, o cidadão comum se pergunta:qual é o preço em ser cristão no Paquistão e o ser na Itália?”.

RV: Mas custa alguma coisa ser cristão na Itália?

R: “Custa também na Itália. Se em alguns países chega-se a uma perseguição até o martírio, na Itália provavelmente existem outros tipos de martírio muito mais velados, como afirmou aqui em Rímini o Cardeal Tauran. São escondidos e em alguns momentos nos fazem negar a nossa fé. No nosso país o cristão se pergunta: mas eu, que lugar ocupo na igreja? São só cristão de domingo ou são com coerência – alguém que testemunha no local de trabalho, tendo que pagar, talvez, com a renúncia a uma pare da carreira Porque ser cristão é um pouco incômodo”. (JE)

Oração pela Paz

Arcebispo de Túnis no Dia de Oração e Jejum pelos países árabes: "somos todos filhos do mesmo Deus. Não existe motivo para brigar desta maneira".



Túnis (RV) - A Igreja na Tunísia proclamou para este domingo um Dia de Orações e Jejum pela paz nos Países Árabes, palco de violência provocada pela instabilidade política. Às comunidades cristãs é pedido que exortem os fieis, nas homilias deste domingo, para tomarem parte na iniciativa, rezando pelos cristãos e muçulmanos. A Rádio conversou com o Arcebispo de Túnis, Dom Ilario Antoniazzi:

R: “É verdade que a Igreja na Tunísia é uma pequena Igreja, porém, com um grande coração. Não somos absolutamente insensíveis àquilo que acontece nos países árabes, antes de tudo porque a Tunísia é um país árabe e isto que acontece aos nossos irmãos árabes – quer cristãos ou muçulmanos – diz respeito também a nós. Segundo, temos assistido ao sofrimento dos nossos irmãos cristãos no Egito, no Líbano, no Iraque, em todos estes países onde os cristãos estão sofrendo. Não quero falar de perseguição, porque não existe uma perseguição exatamente, porém, tem muito sofrimento. Por isto que nos sentimos na obrigação de oferecer orações e jejum ao Senhor, para que coloque um fim em tudo isto e dê sobretudo a força aos cristãos e aos nossos irmãos muçulmanos para que cheguem a um acordo e entendam que, no final das contas, somos irmãos e adoramos o mesmo Deus. Somos todos filhos do mesmo Deus e não existe nenhum motivo para brigar desta maneira”.

RV: Um domingo consagrado à oração e ao jejum pela paz no mundo árabe...

R: “Eu gostei muito de ver que existem outros países árabes que tomaram esta iniciativa e que foi seguida pelos fiéis. Como eu disse, somos todos filhos do mesmo povo – povo árabe, cristão e muçulmano – e o sofrimento torna-se um sofrimento para todos”.

RV: O Papa Francisco pediu que se rezasse pelo Egito que está vivendo uma situação difícil….

R: “É claro que o Egito, neste momento, deve ocupar um lugar especial na nossa oração. Temos visto quantas igrejas foram queimadas e vimos como o povo cristão egípcio está se comportando com grande honra e não se vingou nenhuma vez. Está vivendo o Evangelho do sofrimento. O Senhor já havia dito: “Sereis perseguidos também vós e, como eu levei a minha cruz, também vós deveis levar a vossa”. Acredito que tenha chegado o momento para o povo egípcio de suportar o sofrimento por amor a Cristo crucificado e devemos ajudá-los, nós, com a nossa oração e com o jejum, para que o Senhor dê a força e a coragem necessária. Rezemos também pelo povo muçulmano, porque também eles sofrem e são vítimas de uma ideologia que não é aquela do povo muçulmano, que por natureza é um povo fraterno ao qual agrada viver em paz com todos. Existem, porém, ideologias que às vezes se aproveitam deles e que levam os fiéis ao extremismo. Isto nós rejeitamos completamente, de qualquer parte que venha”. (JE)

Igreja e Atualidade

Cardeal Sandri sobre violências no Egito: inaceitáveis ataques aos cristãos



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco exorta os fiéis a continuarem rezando pela paz no Egito. No Angelus deste domingo lançou um novo apelo pedindo o fim das violências neste país. Sobre a dramática situação que está atingindo a população egípcia pronunciou-se também o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Card. Leonardo Sandri, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Card. Leonardo Sandri:- "Queremos que haja verdadeiramente, mediante o diálogo e a reconciliação, uma possível solução para esta terrível situação no Egito. Acrescentamos a isso a nossa oração em favor de um olhar de benevolência divina para com todos os nossos irmãos cristãos. Gostaria de saudar Sua Santidade Tawadros II – o Papa dos coptas, que recentemente visitou o Papa Francisco, gostaria de saudar a ele e à Igreja copta; gostaria de saudar também o Patriarca Naguib – o Patriarca católico emérito, e também Sua Beatitude Sidrak – Patriarca católico. Estamos ao lado deles com a oração, com a nossa proximidade, com nossas lágrimas espirituais pelos sofrimentos do povo egípcio."

RV: Os cristãos estão sofrendo ataques dos islâmicos e numerosas igrejas foram incendiadas. O conflito é político. Não há, porém, o risco que seja interpretado em chave religiosa?

Card. Leonardo Sandri:- "Infelizmente, todas as destruições das igrejas que os cristãos estão sofrendo são inaceitáveis, sobretudo porque, os católicos em particular, são uma minoria. O renascimento do país deve verificar-se no respeito pela pessoa humana, no respeito recíproco por todas as religiões, no respeito pela liberdade religiosa. Pensamos que jamais a fé ou uma religião possa aderir a uma guerra ou ao uso da violência. Jamais se pode fazer uso da força, da violência, do terrorismo ou do poder militar para resolver as questões segundo a fé. Cremos que o mandamento de Deus segundo o qual devemos amar uns aos outros é válido para todos, tanto muçulmanos quanto cristãos." (RL)




Notícias

Gêmeos chilenos que se salvaram da morte por aborto agora são sacerdotes


Em 1984 uma ecografia mostrava que no ventre da chilena Rosa Silva se gerava um bebê com três braços e duas cabeças. Os médicos insistiram em que se pratique um aborto, mas ela se negou, pois estava disposta a receber "o que Deus lhe mandasse" e Deus não lhe enviou um bebê com má formação, mas lhe enviou filhos gêmeos, os hoje sacerdotes Felipe e Paulo.
Idênticos em corpo e vocação, Felipe e Paulo Lizama sempre compartilharam tudo: a mesma educação, amizades, gostos esportivos -jogaram e se destacaram juntos nas ligas menores do clube Colo Colo- e uma profunda fé. Entretanto, que os dois respondessem ao chamado à vida sacerdotal surpreendeu a mais de um.
Em uma entrevista concedida ao Grupo ACI, os agora Padres Felipe e Paulo narraram a surpreendente história de seu nascimento.
Seus pais Humberto Lizama e Rosa Silva, eram paramédicos e já tinham a sua irmã Paola, que tinha apenas quatro anos quando Rosa ficou novamente grávida.
A família vivia no povoado de Lagunillas de Casablanca em Valparaíso, Chile. Fazendo o seu trabalho de paramédica, Rosa -que não sabia que estava grávida- expôs-se aos raios x em um procedimento. Por isso, assim que soube de seu estado, realizou a sua primeira ecografia.
O médico lhe advertiu que via "algo estranho", disse-lhe que "o bebê vem com três braços e os pés estão um pouco enredados", e, além disso, "tinha duas cabeças", conforme relata Paulo.
Embora o aborto por razões "terapêuticas" fosse permitido no Chile e os médicos lhe dissessem que sua vida corria perigo em uma gestação tão estranha, Rosa se opôs a esta prática e lhes disse que aceitava o que "Deus mandava".
"O Senhor obrou e produziu uma gravidez de gêmeos, não sei se o médico se equivocou", assegura. Felipe e Paulo adicionam que "sempre penso com especial carinho e ternura no coração da minha mãe que dava a sua vida por mim, por nós".
Os irmãos Lizama nasceram em 10 de setembro de 1984. Primeiro nasceu Felipe e como a placenta não saía, os médicos sugeriram à mãe realizar uma raspagem, mas ela não aceitou porque ela sentia que o outro bebê estava por vir. Paulo nasceu 17 minutos depois.
"Este último episódio é muito significativo para mim, os médicos introduziriam uns utensílios para tirar a placenta que demorava a sair. Minha mãe sabia que eu estava aí. Demorei, mas saí", se fizessem a raspagem "o mais provável é que teriam me prejudicado gravemente", expressou Paulo.
Os gêmeos conheceram a história de seu nascimento quando cursavam o sexto ano de formação no Seminário. "Sem dúvida a sabedoria da mãe e seu coração permitiram que no momento oportuno soubéssemos de tão belo acontecimento", afirma Paulo.
Sempre tinha pensado que a vocação ao sacerdócio vinha desde quando era adolescente, mas depois se deu conta que a sua vocação sacerdotal, Deus a gerou sempre e foi possível graças ao sim de sua mãe.
"Como não defender a vida? Como não pregar o Deus da vida? Este acontecimento potencializou a minha vocação, deu-lhe uma vitalidade específica e, pelo mesmo, pude me entregar existencialmente ao que acreditei. Estou convencido do que acredito, do que sou e do que falo, claramente por Graça de Deus", adicionou.
O chamado ao sacerdócio
A infância dos irmãos Lizama transcorreu entre o estudo, a formação católica de casa, as catequeses na capela do povoado e a paixão pelo futebol.
Desde pequenos "íamos à Missa aos domingos e fomos levados à oração do mês de Maria, que no Chile se celebra em novembro".
Receberam a Primeira Comunhão, mas por jogar futebol deixaram de ir a Missa. A separação de seus pais marcou suas vidas e tomaram a decisão de deixar o futebol, então tinham 16 anos de idade.
Neste momento de dor pela ruptura familiar, os Lizama começaram a participar mais ativamente na paróquia "Virgem de Nossa Senhora das Mercedes" de Lagunillas, onde se prepararam para receber o sacramento da Crisma.
Para Paulo participar de um grupo paroquial significava novos amigos e ter algo que fazer no fim de semana. "Não tinha bem enraizadas as minhas convicções em Deus e na pureza do sacramento", afirma e recorda que em "uma adoração ao Santíssimo, entrei na Igreja, cantos gregorianos, a custódia, o incenso, o silêncio, o Senhor. Disse a mim mesmo: isto é para mim".
Felipe por sua parte, desenvolveu um "gostinho" pelas coisas de Deus ao conhecer mais a Igreja desde dentro, assim como "a figura próxima de um sacerdote, o Pe. Reinaldo Osorio, quem fora o formador do Seminário, ao que depois assistiram.
"Deus estava me chamando. Dei-me conta que era em Deus e nas coisas de Deus onde eu era feliz, não houve lugar a dúvidas: queria ser sacerdote", explicou.
Apesar de serem muito próximos, não comentaram estas inquietações vocacionais entre eles. "Não sei quem dos dois sentiu primeiro o chamado. Acredito que Deus fez muito bem as coisas, para proteger a liberdade na resposta. (…) Se eu considerava o sacerdócio como uma realidade possível, que preenchia o meu coração por que o meu irmão não poderia fazê-lo também?", recorda Paulo.
Aos 18 anos de idade terminaram a escola e ingressaram em 8 de março de 2003, ao Pontifício Seminário Maior San Rafael de Lo Vásquez.
Para a família não foi fácil aceitar esta dupla decisão. Entretanto, ao terminar o primeiro ano de formação a atitude de Rosa mudou. "Minha mãe me confessou que estava tranquila porque nos via contentes", assegura Felipe.
Os gêmeos foram ordenados diáconos em setembro de 2011 e em 28 de abril de 2012 foram ordenados sacerdotes pelo Bispo de Valparaíso, Dom Gonzalo Duarte García. Nesse mesmo dia, os gêmeos celebraram sua primeira Missa juntos em sua paróquia de origem, "Nossa Senhora das Mercedes" em Lagunillas. Felipe presidiu e Paulo concelebrou.
A pouco mais de um ano de sua ordenação, o Padre Felipe serve na Paróquia San Martín de Tours de Quillota e o Padre Paulo na Paróquia Assunção de Maria de Achupallas, Viña del Mar, onde por encargo do Bispo é o assessor da Pastoral Juvenil diocesana.
Dirigindo-se aos jovens que descobrem o chamado do Senhor para segui-lo mais de perto, o Padre Felipe explica que "Deus não brinca conosco. Quer que sejamos felizes e o sacerdócio é uma vocação bela e que nos faz plenamente felizes".
O Padre Paulo adiciona que seguir Jesus não é fácil, mas é belo. "Jesus, a Igreja e o Mundo nos necessitam. Mas não necessitam qualquer jovem: necessitam jovens cheios da verdade de Deus, de modo que sua vida mesma transpareça vida, o sorriso mostre esperança, o olhar mostre fé e suas ações mostrem amor", afirma.

Meditando o Evangelho de Hoje

Dia Litúrgico: Sexta-feira da 19ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 19,3-12): Naquele tempo, alguns fariseus aproximaram-se de Jesus e, para experimentá-lo, perguntaram: «É permitido ao homem despedir sua mulher por qualquer motivo?». Ele respondeu: «Nunca lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e disse: Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe».

Perguntaram: «Como então Moisés mandou dar atestado de divórcio e despedir a mulher?». Jesus respondeu: «Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o princípio. Ora, eu vos digo: quem despede sua mulher fora o caso de união ilícita e se casa com outra, comete adultério».

Os discípulos disseram-lhe: «Se a situação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar-se». Ele respondeu: «Nem todos são capazes de entender isso, mas só aqueles a quem é concedido. De fato, existem homens impossibilitados de casar-se, porque nasceram assim; outros foram feitos assim por mão humana; outros ainda, por causa do Reino dos Céus se fizeram incapazes do casamento. Quem puder entender, entenda».
Comentário: Fr. Roger J. LANDRY (Hyannis, Massachusetts, Estados Unidos)
Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe
Hoje, Jesus responde às perguntas dos seus contemporâneos sobre o verdadeiro significado do matrimônio, ressaltando a indissolubilidade do mesmo.

Sua resposta, no entanto, também proporciona a base adequada para que nós, cristãos, possamos responder a aqueles cujos corações teimosos os obrigam a procurar a ampliação da definição de matrimônio para os casais homossexuais.

Ao fazer retroceder o matrimônio ao plano original de Deus, Jesus ressalta quatro aspectos relevantes pelos quais só se pode unir em matrimônio a um homem e uma mulher:

1) «O Criador, desde o início, os fez macho e fêmea» (Mt 19,4). Jesus nos ensina que, no plano divino, a masculinidade e a feminilidade têm um grande significado. Ignorar, pois, é ignorar o que somos.

2) «Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher» (Mt 19,5). No plano de Deus não é que o homem abandone os seus pais e vá embora com quem ele queira, mas sim com uma esposa.

3) «De maneira que já não são dois, e sim uma só carne» (Mt 19,6). Esta união corporal vai mais além da pouco duradoura união física que ocorre no ato conjugal. Refere-se à união duradoura que se apresenta quando um homem e uma mulher, através do seu amor, concebem uma nova vida que é o matrimônio perdurável ou união dos seus corpos. Logicamente, que um homem com outro homem, ou uma mulher com outra mulher, não pode ser considerado um único corpo dessa maneira.

4) «Pois o que Deus uniu, o homem não separe» (Mt 19,6). Deus mesmo uniu em matrimônio ao homem e à mulher e, sempre que tentamos separar o que Ele uniu, estaremos fazendo por nossa própria conta e por conta da sociedade.

Em sua catequese sobre Gênesis, o Papa João Paulo II disse: «Em sua resposta aos fariseus, Jesus Cristo comenta aos interlocutores a visão total do homem, sem o qual não é possível oferecer uma resposta adequada às perguntas relacionadas com o matrimônio».

Cada um de nós está chamado a ser o eco desta Palavra de Deus em nosso momento. 

Reflexos da JMJ

Comunidade Católica Shalom organiza o "Valeu a pena JMJ" nesse fim de semana

No dia 17 Dom Orani João Tempesta presidirá a celebração eucarística

Para ajudar a trilhar este caminho, a Comunidade Católica Shalom do Rio de Janeiro realizará o "Valeu a pena JMJ", nos dias 17 e 18 de agosto, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Rua 8 de dezembro, 328, Vila Isabel).
A programação do evento conta com shows, teatro, oração, formação, exposição de expressões vocacionais da Igreja e oportunidades para conhecer as missões do Shalom no mundo inteiro.
"O jovem que se sentir chamado a ser missionário pode encontrar na obra Shalom uma vocação para ser discípulo de Jesus", explica a responsável pela comunidade no Rio, Roneide Santos. 
No dia 17, o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, celebra missa, às 17h30.

Atualidade

Mais de 600 mortos e várias Igrejas incendiadas no Egito



Cairo (RV) – O Egito despediu-se na noite de ontem, 15, das mais de 600 vítimas do massacre ocorrido após a violenta remoção das pessoas acampadas nas praças, apoiadores do adversário ao golpe militar. Enquanto isso, no entanto, seguem os incidentes que as autoridades prometeram combater com dura luta. Entre lágrimas e orações, milhares de seguidores do presidente deposto Mohamed Morsi congregaram-se em mesquitas e outros templos do país para despedirem-se dos que morreram.

Em paralelo ocorreu também um funeral oficial aos 43 policiais mortos durante o tumulto, que contou com a presença de diversos políticos. Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 4.200 pessoas ficaram feridas. Apesar de todos esses números, contudo, a situação ainda está longe de voltar à calma. Mesmo oficialmente em estado de emergência por, pelo menos, um mês, mais manifestações estão previstas para ocorrer em diferentes partes do país.
O Primeiro-Ministro, Hazem Al Beblaui, entrou em contato com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Copta, Theodore II, para mostrar sua solidariedade frente aos vários ataques que as igrejas estão sofrendo em diferentes áreas do Egito. Apenas nesta quinta-feira a televisão estatal informou que supostos membros da Irmandade Muçulmana invadiram uma igreja em Fayoum – sul do Cairo – e atearam-na fogo.
Além disso, outras quatro igrejas, um mosteiro e a sede de uma Associação Copta foram queimados nas cidades de Nazla e Tamia, localizadas na mesma província. Também no mesmo dia, foram atacadas outras sete igrejas cristãs – maior parte no sul do país. A Irmandade Muçulmana e as autoridades acusam-se mutuamente por esses ataques. “A união entre cristãos e muçulmanos é turbulenta, mas as forças da escuridão e o terrorismo não deixarão isso ser afetado ou enfraquecido”, destacou Al Beblaui.

No total, as igrejas queimadas ou depredadas chegam em torno de 40. Mesmo com o apelo do Papa, a reconciliação no país será difícil. “Houve muitas manifestações da Irmandade Muçulmana e a violência não era apenas nas igrejas, mas também nas instituições. Foram incendiadas também estações da polícia. Cerca de 40 igrejas – 10 católicas e 30 entre ortodoxas, protestantes e grego-ortodoxas – foram depredadas ou queimadas, se não totalmente destruídas”, comentou o Padre Rafic Greiche, porta-voz dos bispos católicos egípcios.

Em meio à onda de violência, o grupo “Tamarrud” (rebelião), instigador dos protestos pré-golpe, pediu aos egípcios para que formem comitês populares para proteger as ruas e templos religiosos. Em esfera judicial, o juiz questionou Morsi – no lugar desconhecido onde está retido desde sua derrubada – e ordenou a renovação de sua prisão preventiva por mais 15 dias. O ex-presidente é acusado de colaborar com o movimento islâmico-palestino Hamas por cometer “ações inimigas contra o país”. (NV)


Igreja na América Latina

Pobreza e miséria: sombra dos povos indígenas no México



Izamal (RV) – “Promover os direitos dos povos indígenas e o desenvolvimento de sua cultura e suas comunidades; reconhecer, promover e defender os seus direitos à terra, ao seu território, à sua cultura, à sua forma de organização e sistemas de governo”. Com estas palavras Dom Guillermo Francisco Escobar Galicia, Bispo de Teotihuacán, México, e responsável pela Pastoral Indígena da Conferência Episcopal, contribuiu para a reflexão cristã na celebração da Jornada Internacional dos Povos Indígenas.

No México, a celebração foi realizada acerca do vigésimo aniversário do encontro entre Papa João Paulo II e os povos indígenas da América – ocorrido em 11 de agosto em Izamal. Por convite da Assembleia Geral da ONU, a sociedade civil decidiu respeitar os direitos dos grupos étnicos. Mas, por exemplo da devoção à Nossa Senhora de Guadalupe por parte de San Juan Diego, a comunidade católica renova o compromisso de viver servindo os mais marginalizados.

Dom Escobar Galicia ainda enfatiza que “ambas as celebrações nos convidam a fazermos nossas as palavras do Beato João Paulo II, de levar à mente o compromisso que temos como Igreja com os povos indígenas do México, para responder aos desafios que a pastoral indígena apresenta e, assim, eliminar a discriminação, a intolerância e a negligência a que foram submetidos”.

Segundo dados coletados pela Agência Fides, a ONU estima que há 370 milhões de indígenas em todo o mundo, entre os quais quase 7 milhões vivem no México. O Atlas do povo indígena indica que existem 62 grupos étnicos que vivem no país, sendo o grupo Maia um dos maiores. Além disso, o Conselho Nacional para a Avaliação das Políticas de Desenvolvimento Social afirma que 7 entre 10 residentes em uma família indígena vivem em meio a pobreza e 1 entre 10 em condições miseráveis. (NV)


Angelus do Papa

Na oração do Angelus, em Castelgandolfo, o Papa fez um apelo pela reconciliação no Egito



Cidade do Vaticano (RV) - O Santo Padre rezou a oração do Angelus, por ocasião da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, juntamente com os fiéis e a comunidade paroquial de Castelgandolfo.

Antes da alocução mariana, o pároco da igreja de São Tomás de Villanova, Padre Pietro Diletti, fez uma cordial saudação de boas-vindas ao Papa Francisco, em nome dos presentes.

Mas, antes de rezar a oração mariana do Angelus, o Santo Padre fez um apelo pelas populações do Egito:

Desejo assegurar as minhas preces a todas as vítimas e os seus familiares, aos feridos e os que sofrem. Rezemos juntos pela paz, o diálogo e a reconciliação naquela querida terra e no mundo inteiro. Maria, Rainha da Paz, rogai por nós”.

A seguir, na sua alocução mariana, Papa Bergoglio meditou sobre “o caminho de Maria rumo ao Céu”:

“O caminho de Maria rumo ao Céu teve início naquele seu “sim”, pronunciado em Nazaré, em resposta ao Mensageiro celeste, que lhe anunciava a vontade de Deus sobre ela. Na verdade, é bem assim: Todo “sim” a Deus é um passo rumo ao Céu, rumo à vida eterna. É isto que o Senhor quer: “Que todos tenham a vida, e a tenham em abundância”. Deus quer que todos nós estejamos com Ele, na sua Casa!”.

A seguir, Papa Francisco recordou os 25 anos da publicação da Carta Apostólica “Mulieris dignitatem”, escrita pelo bem-aventurado João Paulo II, sobre “a dignidade e a vocação da mulher”. À base deste documento, rico de temas, que merecem ser retomados e desenvolvidos, está a figura de Maria.

Por isso, o Santo Padre convida os fiéis a meditarem no mistério bíblico da mulher, condensado em Maria, para que todas as mulheres encontrem a plenitude das suas vocações.

Enfim, o Bispo de Roma rezou a oração do Angelus e a todos concedeu a sua Bênção Apostólica.

Depois da celebração Eucarística da Solenidade da Assunção de Maria ao Céu, Papa Francisco almoçou na Residência Pontifícia de Castelgandolfo. No final, antes de regressar ao Vaticano, fez uma visita, em forma privada, à Paróquia São Tomás de Villanova. (Sedoc)

Solenidade

Papa celebra a solenidade da Assunção de Maria em Castelgandolfo



Cidade do Vaticano (RV) – A Liturgia de hoje celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Nesta ocasião, Papa Francisco deixou, nesta manhã, a Casa Santa Marta, no Vaticano, para ir a Castel gandolfo, perto de Roma, para celebrar a Santa Missa e a oração do Angelus, na Praça da Liberdade, diante da Residência de Verão dos Papas.

O Pontífice deixou o Vaticano, às 9:00 hs, e se dirigiu, de automóvel, a Castelgandolfo, onde chegou após 30 minutos de viagem.

Precisamente há um mês, o Papa Francisco fez sua primeira visita oficial a Castelgandolfo, onde se encontra a Residência Pontifícia de Verão dos Papas. Na ocasião, ele visitou o Mosteiro das Filhas de Santa Clara de Assis.

Hoje, o Bispo de Roma voltou a visitar o Instituto das Clarissas, para expressou, mais uma vez, seus profundos agradecimentos pela sua vida contemplativa, composta de oração e de penitência. Às religiosas o Papa confiou a vida da Igreja e da caridade fraterna. E, como sempre fez, em todas as ocasiões, desde o início do seu Pontificado, pediu-lhes para rezar por sua pessoa e por seu ministério petrino.

O trabalho e a missão das Filhas de Santa Clara de Assis “são um verdadeiro dom de Deus, que elevam o espírito; são uma mediação do aperto de mão de Deus com os homens, como continuação da criação”.

Após a visita às Filhas de Santa Clara de Assis, o Santo Padre dirigiu-se à Praça diante da Residência Pontifícia, para a celebração da Santa Missa, em honra da Assunção de Maria ao Céu.

Os numerosos fiéis, que superlotavam a praça central da cidadezinha, aplaudiram com entusiasmo o Bispo de Roma e gritavam o conhecido slogan “Viva o Papa”.

Durante a Santa Missa, o Pontífice pronunciou sua homilia, recordando, inicialmente, uma das belas expressões do Concílio Vaticano II sobre Maria Santíssima: “A Virgem Imaculada, preservada e imune de toda mancha da culpa original, após o curso da sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celeste. Assim, o Senhor a exaltou como Rainha do Universo”.

O Papa recordou ainda outra expressão do Concílio Vaticano II a figura de Nossa Senhora: “A Mãe de Jesus, no céu, é glorificada em corpo e alma; ela é a imagem das primícias da Igreja, que terá seu cumprimento futuro; da mesma forma, na terra, ela brilha como sinal de segura esperança e de consolação para o Povo de Deus a caminho, enquanto vier o dia do Senhor”.

À luz deste lindo ícone de Nossa Senhora, disse o Papa, podemos considerar a mensagem contida nas Leituras bíblicas da Liturgia de hoje, concentrando-nos em três palavras-chaves: “luta, ressurreição, esperança”. E, tomando o trecho do Apocalipse, que apresenta a visão da “luta” entre uma mulher e o dragão, o Papa explicou:

“A figura da mulher, que representa a Igreja, é, por um lado, gloriosa e triunfante; e, de outro, representa inquietação. De fato, a Igreja é assim: no Céu, ela é associada à glória do seu Senhor; na história, ela passa, continuamente, por provações e desafios, que comportam o conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de sempre”.

Nesta luta, que os discípulos deviam enfrentar, Maria não os deixa sozinhos; a Mãe de Cristo e da Igreja está sempre conosco. Também Maria, em certo sentido, compartilha desta dúplice condição. Mas, depois, Ela entra para sempre na glória celeste. E o Papa esclareceu:

“Isto não significa que ela está distante de nós, que esteja separada de nós. Não. Maria nos acompanha, luta conosco; ela ampara os cristãos no combate contra as forças do mal. A oração, com Maria, em particular o rosário, também tem esta dimensão “agonística”, ou seja, de luta: uma oração que sustenta na batalha contra o maligno e os seus cúmplices”.
Depois, o Santo Padre passou a interpretar a segunda palavra-chave da liturgia de hoje: a “ressurreição”. O Apóstolo Paulo, ao escrever aos Coríntios, insiste: “Ser cristão significa crer que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos”. Toda a nossa fé baseia-se nesta verdade fundamental, que não é uma ideia, mas um evento. Neste sentido, o Papa disse que o mistério da Assunção de Maria, em corpo e alma, está todo inscrito na Ressurreição de Cristo:

“A humanidade da Mãe foi atraída pelo Filho, na sua passagem pela morte. Jesus entrou, uma vez por todas, na vida eterna, com toda a humanidade que havia recebido de Maria. Assim ela, como Mãe, O acompanhou fielmente por toda a vida, com o seu coração e, com Ele, entrou para a vida eterna, que também chamamos de Céu, Paraíso, Casa do Pai”.
A seguir, o Pontífice recordou que Maria também passou pelo martírio da Cruz: ela viveu, na alma, a Paixão do seu Filho, até o fim. Ela esteve plenamente unida a Ele na morte. Por isso, foi-lhe dado o dom da ressurreição. Cristo tem a primazia entre os ressuscitados e Maria entre os redimidos, a primeira entre “aqueles que são de Cristo”. Por fim, o Papa interpretou a terceira palavra-chave da Liturgia de hoje: a “esperança”:

“Esperança é a virtude de quem, ao passar pelo conflito, pela luta diária, entre a vida e a morte, entre o bem e o mal, acredita na Ressurreição de Cristo, na vitória do Amor. O Magnificat é o canto da esperança, o canto do Povo de Deus, que caminha na história. Este é o canto de tantos santos e santas, alguns famosos e outros, muitíssimos outros, ignorados, mas bem conhecidos por Deus”.
Entre todos esses santos ignorados, Papa Francisco recordou, as mães, os pais, os catequistas, os missionários, os padres, as freiras, os jovens e até as crianças, que lutaram na vida, levando no coração a esperança dos pequeninos e dos humildes. Hoje, a Igreja canta o Magnificat em todos os cantos da terra.

Este canto, frisou o Santo Padre, torna-se mais intenso onde o Corpo de Cristo, ainda hoje, padece a Paixão. Mas, Maria também está ali, ao lado das comunidades e, com elas, entoa o seu “canto da esperança”.

O Bispo de Roma concluiu a sua homilia, exortando os fiéis presentes em Castelgandolfo a “se unirem, com todo o coração, a este canto de paciência e vitória, de luta e alegria, que une a Igreja triunfante à peregrina, a terra ao Céu, a história à eternidade”. (Sedoc)