Evangelho

Reflexão do Evangelho de Domingo – 22 de Setembro


Reflexão do Evangelho de Domingo – 22 de Setembro

Lc 16, 1-13: Parábola do administrador infiel

        
         As parábolas colocam o ouvinte diante de uma corajosa decisão, a de deixar toda hesitação e abandonar-se à novidade anunciada por Jesus. É o sentido da presente parábola. Ao louvar o administrador desonesto, Jesus não está incentivando a desonestidade, mas quer, simplesmente, destacar a habilidade, demonstrada por ele, diante de uma situação nova: sua iminente despedida. Sem se deixar levar por sentimentos, o administrador toma medidas urgentes, que não podem ser adiadas. Ele reúne os devedores e pergunta-lhes: “Quanto deves ao meu senhor? Cem barris de óleo. Senta-te e escreve depressa cinquenta. A outro, ele disse: toma tua conta e escreve oitenta”. Com efeito, surpreendido no ato de fraude, ele altera as contas do proprietário para, assim, garantir o seu futuro. Sua preocupação é granjear amigos que o acolham mais tarde.

         Sem emitir qualquer julgamento de valor sobre a moralidade do ato praticado, Jesus deseja que seus ouvintes, também eles, tomem medidas radicais diante da novidade de sua presença e de sua mensagem, pois quem se prende ao modo antigo de pensar, sentir e agir não pode segui-lo. A parábola contém um forte apelo para que todos abram seu coração e sua mente e se deixem invadir pela luz divina, que, em Jesus, irrompeu em nosso mundo. Ao mostrar a presença de Deus nas realidades do cotidiano, a parábola desloca o centro de gravidade da nossa vida: não mais o nosso Eu, mas sim o amor de Deus, fonte de um novo modo de viver. Com a vinda de Jesus realiza-se o Reino de Deus, embora, ao longo da história, ele ainda esteja por vir.

         No final do relato, a reprovação do Senhor torna-se explícita e bem clara, ao situar o administrador infiel entre os “filhos do mundo”, contrapostos aos “filhos da luz”. A palavra “mundo” designa aquele que se fecha à luz, isto é, à Palavra de Deus, tornando vigoroso o apelo dirigido aos “filhos da luz” para que, em sua vida espiritual, eles superem os “filhos do mundo”, sagazes em matéria terrena. Se as decisões destes têm consequências temporais, as dos “filhos da luz” terão repercussão eterna, o que leva S. Agostinho a dizer: “O administrador infiel provia uma vida que deve terminar. E tu não queres prover aquela que é eterna?” De fato, somos convocados a conquistar amigos, que nos acolham na glória eterna, em consonância com as palavras de S. Ambrósio, para quem “os peitos dos pobres, as casas das viúvas, as bocas das crianças são os celeiros que permanecem na eternidade”.
 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

Palavras do Papa

Papa Francisco: "O dinheiro adoece a fé e leva à vaidade e à soberba"



Cidade do Vaticano (RV) – o dinheiro adoece o pensamento e a fé, e nos faz seguir outro caminho. Foi o que destacou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta.

“Não se pode servir a Deus e ao dinheiro: o Papa desenvolveu sua homilia partindo das palavras de São Paulo sobre a relação entre o caminho de Jesus Cristo e o dinheiro. Há algo na atitude de amor pelo dinheiro que nos afasta de Deus. Existem muitas doenças, pecados, mas Jesus insiste muito nisso: a avidez pelo dinheiro, de fato, é a raiz de todos os males. Tomados por este desejo, alguns desviaram da fé e acabaram encontrando muitos tormentos:

“O dinheiro também adoece o pensamento, a fé, e leva para outro caminho. Palavras ociosas, discussões inúteis… Disso nascem as invejas, as brigas, as difamações, as suspeitas, os conflitos de homens corruptos na mente e privados da verdade, que consideram a religião como fonte de renda. Eu sou católico, vou a missa, porque me dá um certo status. Sou bem visto… mas no fundo faço meus negócios… O dinheiro corrompe! Não há saída”.

Quem escolhe o caminho do dinheiro, acrescentou, no fim acaba se corrompendo. O dinheiro tem esta sedução. E Jesus é firme sobre este assunto:

Não se pode servir a Deus e ao dinheiro. Não dá: ou um ou outro! Isso não é comunismo, eh! Isso é Evangelho puro! Estas são as palavras de Jesus! O que acontece com o dinheiro? O dinheiro oferece um certo bem-estar no início. Isso é bom, mas depois faz com que você se sinta um pouco importante, e chega a vaidade. Lemos isso no Salmo. Essa vaidade que não serve, mas que faz sentir uma pessoa importante: esta é a vaidade, que depois leva à soberba e ao orgulho. São três degraus: a riqueza, a vaidade e o orgulho”.

“Ninguém pode se salvar com o dinheiro. Todavia, o diabo sempre usa este caminho de tentações: a riqueza para sentir-se autossuficiente; a vaidade para se sentir importante; e, por fim, o orgulho, a soberba, que é justamente a sua linguagem”:

“‘Mas, Padre, eu leio os Dez Mandamentos e ninguém fala do dinheiro. Contra qual Mandamento se peca quando alguém faz uma ação por dinheiro?’. Contra o primeiro! Pecado de idolatria! Eis o porquê: porque o dinheiro se torna ídolo e é cultuado! E por isso Jesus nos diz que não se pode servir ao ídolo e ao Deus Vivo: um ou outro. Os primeiros Padres da Igreja – falo do século terceiro, mais ou menos ano 200, 300 – diziam uma palavra forte: ‘O dinheiro é o esterco do diabo’. Porque nos faz idolatrar e adoece a nossa mente com o orgulho, e nos torna maníacos de questões ociosas e nos afasta da fé, corrompe”.
São Paulo, finalizou o Pontífice, nos diz para evitar essas coisas, mas de tender “à justiça, à piedade, à fé e à caridade”. E também à paciência, “contra a vaidade e o orgulho”, e à mansidão. Este, afirmou o Papa, é o caminho de Deus, e não aquele poder idolátrico que o dinheiro pode dar. A estrada para servir a Deus é a humildade. “Que o Senhor nos ajude a não cair na armadilha da idolatria do dinheiro.”

Santa do Dia



                                         20 de Setembro - Santa Cândida





A primeira referência sobre santa Cândida foi encontrada no calendário da Igreja de Córdoba e em alguns documentos da antiga Galícia, ambas na Espanha. Mas foi pela tradição cristã do povo napolitano, na Itália, que se concluiu a história desta santa.

A vida cristã de Cândida iniciou quando ela foi convertida, segundo essa tradição, pelo próprio apóstolo Pedro, de passagem por Nápoles. Naquela época, o apóstolo, com destino a Roma, atravessou Nápoles, onde a primeira pessoa que encontrou na estrada foi a pequena Cândida. Percebeu, imediatamente, que a pobre criança estava doente. Parou e perguntou-lhe se conhecia a palavra de Jesus Cristo. Diante da negativa e em seu ardor de levar a mensagem do Evangelho, Pedro falou-lhe da Boa-Nova, da fé e da religião dos cristãos; curou-a dos males que sofria e a converteu em Cristo.

Assim, Cândida foi colhida pela luz de Deus e curada do físico e da alma. Chegou em casa falando sobre o cristianismo e contando tudo o que o apóstolo Pedro lhe dissera. Muito intrigado e confuso, Aspreno, um parente que a criava, saiu para procurá-lo. Quando se encontraram, com muito zelo Pedro converteu também Aspreno, que o hospedou em sua modesta casa por alguns dias. O apóstolo acabou por catequizar os dois e, em seguida, batizou-os e ministrou-lhes a primeira eucaristia durante a celebração da santa missa. Esse local recebeu o nome de "Ara Petri", que significa Altar de Pedro. Depois, antes de partir, o apóstolo consagrou Aspreno primeiro bispo de Nápoles e pediu para a pequena Cândida continuar com a evangelização, salvando as almas para Nosso Senhor Jesus Cristo.

Aquele lugar onde fora celebrada a santa missa por são Pedro tornou-se de grande veneração por Cândida. Ela deixou seu lar com todos os confortos, preferindo passar seus dias numa gruta escura nas proximidades de "Ara Petri", onde vivia em penitência e oração, catequizando e convertendo muitos pagãos. Após alguns anos, o número de cristãos havia aumentado muito. Por isso, quando o imperador romano ordenou as perseguições contra a Igreja, os convertidos foram obrigados a fugir ou esconder-se. Então, o bispo Aspreno embarcou Cândida, junto com outros cristãos, com destino a Cartago, no norte da África, tentando mantê-los a salvo da implacável perseguição, mas não conseguiu. Foram alcançados, presos e torturados. Cândida foi levada a julgamento e condenada à morte porque se negou a renunciar à fé em Cristo.

No Martirológio Romano, encontramos registrado que a virgem e mártir cristã Cândida morreu no Anfiteatro dos martírios de Cartago, no dia 20 de setembro. Suas relíquias, encontradas nas Catacumbas de Priscila, agora estão guardadas na igreja Santa Maria dos Milagres, em Roma.

Muitos séculos mais tarde, pesquisas arqueológicas feitas na cidade de Nápoles encontraram no local "Ara Petri" um antigo cemitério de cristãos. O fato colocou ainda mais devoção sobre a figura de santa Cândida, eleita pelos fiéis como padroeira das famílias e dos doentes. Ela recebe, no dia 20 de setembro, as tradicionais homenagens litúrgicas confirmadas pela Igreja.

Atualidade

Ex-luterano, agora beneditino, é ordenado sacerdote no Monte Sião
O pe. Nikodemus recebeu a ordem sagrada no último domingo, 15 de setembro, das mãos de dom William Shomali

Quando jovem, o pe. Nikodemus estava longe de imaginar que seria ordenado sacerdote da Abadia da Dormição. De origem alemã, ele nasceu numa família luterana. Aos 13 anos, junto com a mãe, converteu-se à Igreja Católica. O convite do Senhor a uma vocação monacal na Terra Santa ecoou desde aqueles tempos e o agora pe. Nikodemus entrou na abadia alemã do Monte Sião.
Acompanhado pela mãe, por muitos amigos alemães e por muitos religiosos da Terra Santa, Nikodemus recebeu a imposição das mãos e a unção com o santo crisma das mãos do bispo dom Shomali. Ele tinha feito a profissão solene em 2004 e fora ordenado diácono em 2009.
Na homilia, dom Shomali pediu do jovem padre muita atenção à tarefa que estava prestes a receber. É uma tarefa dupla: "santificar o povo cristão" e fazê-lo "em conformidade com o mistério da cruz do Senhor".
O pe. Nikodemus celebrou a primeira missa e assistiu ao concerto de canto gregoriano oferecido pelo Consortium Vocale Oslo na igreja de Santa Ana, em 16 setembro. Os oito coristas, sob a direção de Alexander Schweitzer, já tinham cantado para o pe. Nikodemus na sua ordenação e primeira missa.

O novo sacerdote permanece no mosteiro da Dormição, onde uma das suas missões é concluir o doutorado em teologia.

Palavras do Papa

A dor do Papa pelas vítimas de furacão no México



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco se disse “profundamente triste” pelas dramáticas conseqüências que estão causando no México o furacão “Ingrid” e a tempestade tropical “Manuel”: até agora, pelo menos 80 pessoas perderam a vida, e 58 são os desaparecidos devido a um deslizamento de terra, milhares os desabrigados.

Em uma mensagem enviada em seu nome pelo Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, ao Cardeal José Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Guadalajara e Presidente da Conferência Episcopal mexicana, o Papa, assegurando suas orações pelos falecidos, expressa "suas condolências às famílias das vítimas e a sua paterna solicitude e proximidade espiritual aos feridos e desabrigados” e “lhes confia às mãos maternas de Nossa Senhora de Guadalupe”.

Ao mesmo tempo, pede a Deus que console as populações atingidas pelas enchentes, inspirando “em todas as pessoas de boa vontade sentimentos de fraternal solidariedade para trabalhar de forma decisiva na reconstrução das áreas afetadas e ajudar de modo eficaz aqueles que estão sofrendo”. 

Católicos e a Vida


"Toda criança não nascida tem a face de Jesus", afirma o Papa a médicos católicos



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu esta sexta-feira, no Vaticano, os participantes do X Encontro da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas. De 18 a 22 de setembro, médicos de todo o mundo debatem em Roma o tema “Catolicismo e cuidados maternos”.

Em seu discurso, o Pontífice propõe três reflexões, sendo a primeira delas a “situação paradoxal” que se assiste hoje em relação à profissão médica. De um lado, os progressos da medicina e, de outro, o perigo de que o médico perca a sua identidade de servidor da vida.

“A situação paradoxal se constata no fato de que, enquanto se atribuem novos direitos à pessoa, nem sempre se tutela a vida como valor primário e direito primordial de todo homem. O fim último do agir médico permanece sempre a defesa e a promoção da vida.”

Neste contexto contraditório, a Igreja apela à consciência de todos os profissionais e voluntários da saúde, de modo especial aos ginecologistas, chamados a colaborar ao nascimento de novas vidas humanas.

Uma mentalidade difundida do útil, a “cultura do descartável”, que hoje escraviza o coração e a inteligência de muitas pessoas, tem um custo altíssimo: pede que se eliminem seres humanos, sobretudo se fisicamente ou socialmente mais fracos. A nossa resposta a esta mentalidade é um “sim” à vida, convicto e sem hesitações. As coisas têm preços e podem ser vendidas, mas as pessoas têm dignidade, valem mais do que as coisas e não têm preço. Por isso, a atenção à vida humana na sua totalidade se tornou nos últimos tempos uma prioridade do Magistério da Igreja.

No ser humano frágil, afirma ainda Francisco, cada um de nós é convidado a reconhecer a face do Senhor, que na sua carne humana experimentou a indiferença e a solidão às quais frequentemente condenamos os mais pobres, seja nos países em desenvolvimento, seja nas sociedades opulentas. Toda criança não nascida, mas condenada injustamente ao aborto, tem a face do Senhor, que antes mesmo de nascer, e logo recém-nascida, experimentou a rejeição do mundo. E cada idoso, mesmo se doente ou no final de seus dias, traz consigo a face de Cristo. Não podem ser descartados!

O terceiro aspecto, disse o Papa, é um mandato: sejam testemunhas e difusores desta “cultura da vida”. Ser católico comporta uma maior responsabilidade, antes de tudo para consigo mesmo, pelo empenho de coerência com a vocação cristã, e depois para com a cultura contemporânea, para contribuir a reconhecer na vida humana a dimensão transcendente, o vestígio da obra criadora de Deus, desde o primeiro instante da sua concepção. Trata-se de um empenho de nova evangelização que requer, com frequência, ir contra a corrente, pagando pessoalmente. O Senhor conta com vocês para difundir o “evangelho da vida”.

Nesta perspectiva, afirmou ainda o Pontífice, os departamentos de ginecologia são locais privilegiados de testemunho e de evangelização.

“Queridos médicos, vocês que são chamados a se ocuparem da vida humana em sua fase inicial, lembrem a todos, com fatos e palavras, que esta é sempre, em todas as suas fases e em todas as idades, sagrada e sempre de qualidade. E não por um discurso de fé, mas de razão e de ciência! Não existe uma vida humana mais sagrada do que outra, assim como não existe uma vida humana qualitativamente mais significativa de outra. A credibilidade de um sistema de saúde não se mede somente pela eficiência, mas sobretudo pela atenção e pelo amor dispensados às pessoas, cuja vida é sempre sagrada e inviolável”, concluiu Francisco, recordando aos médicos que jamais deixem de pedir ao Senhor e à Virgem Maria a força de realizar bem o seu trabalho e testemunhar com coragem o “evangelho da vida”.

Mártires de Hoje

Cristãos na Síria, vítimas de um conflito entre xiitas e sunitas



Cidade do Vaticano (RV) - Os cristãos no Oriente Médio e em outros países como o Egito, onde são uma minoria, são os primeiros a pagar o preço da guerra, a sofrer por causa dela e ter que abandonar as próprias casas, emigrando para fugir da perseguição. Esta foi a denúncia feita nos dias passados pelo Patriarca Latino de Jerusalém, Fouad Twal, no encontro realizado em Amã, Jordânia, que reuniu chefes das Igrejas no Oriente Médio. A preocupação aumenta nestes dias, em função do ocorrido no vilarejo de Maalula, na Síria. A Rádio vaticano conversou com sua colaboradora no Oriente Médio, Marina Calculli:

R: “Os cristãos na Síria são considerados geralmente como apoiadores do regime. Isto porque existe uma aliança histórica entre a comunidade dos alawitas e a comunidade dos cristãos. Obviamente, muitos têm um comportamento neutro, muitíssimos tiveram que engolir uma pílula amarga por razões de segurança. Infelizmente, a conotação confessional – que a um certo ponto da sua evolução assumiu o conflito sírio - levou os cristãos a alinharem-se, de qualquer maneira. O conflito tornou-se uma luta entre sunitas e xiitas, ou os alawitas - que são a comunidade que pertence à família xiita na Síria -, á qual pertence o Presidente Bashar al-Assad, ele mesmo um alawita. Os cristãos, simplesmente porque considerados aliados ou apoiadores do regime, tornam-se objeto de ataques e perseguições”.

RV: No dia 7 de setembro, o vilarejo de Maalula no norte de Damasco, que você visitou, foi atacado por grupos de rebeldes ligados à Al Qaeda. Este ataque faz os cristãos temerem pelo pior?

R: “Um ataque bastante simbólico, porque Maalula é verdadeiramente um símbolo para a cristandade mais antiga representada nesta região. Tanto é verdade que em Maalula não somente existem antigos mosteiros, mas os habitantes falam aramaico, a língua de Jesus. Justamente o isolamento geográfico de Maalula permitiu que se preservasse a tradição, também lingüística. Então, o ataque à Maalula é um ataque simbólico. De alguns testemunhos que pude recolher, o tratamento foi muito pesado. Procuraram até mesmo converter os resistentes. A maior parte conseguiu escapar, mas algumas centenas de pessoas permanecem dentro do vilarejo. Infelizmente, como eu dizia antes, é o reflexo de um conflito que assumiu - para servir interesses políticos, obviamente -, um caráter confessional. As razões porém, não estão nas religiões e na pertença a um credo. E isto é importante recordar”.

RV: O Secretário para a Relação com os Estados, Dom Dominique Mamberti, evidenciou que as Igrejas cristãs estão empenhadas em primeira linha no plano humanitário. Assim, se devêssemos emigrar todos os cristãos – sabemos que já emigraram 450 mil da Síria – existiriam custos humanos ulteriores para a população civil...

R: “Provavelmente sim. Existem muitas comunidades que dão assistência humanitária - e não somente a militantes pró-Assad e aos oficiais do exército, mas também aos rebeldes. Este é um testemunho que recolhi em diversas ocasiões e que é importante recordar justamente para não passar a imagem dos cristãos como um bloco único, associado ao regime de Assad. Por outro lado, o temor dos cristãos – e isto não somente na Síria, mas é uma preocupação que se percebe também no Líbano – é que a radicalização política do regime levará, cedo ou tarde, a uma impossiblidade de convivência entre as comunidades cristãs e muçulmanas. Esta seria uma tragédia para uma região que historicamente é o crisol de culturas diversas e religiões diversas, que deu origem às três grandes religiões monoteístas da história e que corre o risco de ser arruinada por interesses políticos”.(JE)


Semente de novos Santos Mártires da Igreja

Síria: Maalula, terra de mártires



Damasco (RV) – Para os cristãos sírios de Maalula, o vilarejo cristão ao norte de Damasco onde ainda se fala aramaico - e atacado nos dias passados por grupos armados islâmicos -, é considerado “terra de mártires”. Graças a uma testemunha ocular internada em um hospital de Damasco e que não quer identificar-se por motivos de segurança, foi possível reconstruir em detalhes o destino de três cristãos mortos na pequena localidade encravada nas montanhas. Os funerais foram realizados sob forte comoção, na Catedral Greco-melquita em Damasco, no dia 10 de setembro, em cerimônia presidida pelo Patriarca Melquita Gregório III Laham, na presença de Bispos e sacerdotes de outras confissões.

Segundo a testemunha contou à Agência Fides, os grupos armados entraram no dia 7 de setembro em várias casas de Maalula, destruindo, saqueando e aterrorizando, mas sobretudo golpeando imagens sacras. Em uma casa estavam três homens greco-católicos: Mikhael Taalab, seu sobrinho Sarkis el Zakhm e seu primo Antoun Taalab, além da testemunha do episódio. Os islamitas intimaram todos os presentes a converterem-se ao Islã. Sarkis respondeu com clareza: “Sou cristão e se querem matar-me porque sou cristão podem fazê-lo”. O jovem então foi morto a sangue frio, junto aos outros dois homens. A mulher ficou ferida, sendo conduzida em seguida para um hospital em Damasco. Na ação dos grupos armados, outros seis cristãos foram seqüestrados e levados para a região de Yabrud, na montanha de Qalamoun.

“Aquele de Sarkis é um verdadeiro martírio, uma morte por odium fidei", afirmou a Irmã Carmel, que presta assistência aos cristão de Maalula. Muitos fugitivos da cidade estão em Damasco e só pedem para “poder retornar às próprias casas, em paz e segurança”.

As religiosas greco-ortodoxas do Convento de Santa Tecla foram ameaçadas e permaneceram vários dias sob tensão, enquanto os grupos armados ameaçavam invadir o Convento. Da estrutura foram removidos os crucifixos.

Nesta quarta-feira, soldados do exército regular sírio entraram em Maalula, sob o fogo de franco-atiradores escondidos nas casas e nas montanhas que circundam o vilarejo.(JE)


As Fofocas

Papa Francisco: as fofocas são criminosas, pois matam Deus e o próximo



Cidade do Vaticano (RV) – Quem fala mal do próximo é um hipócrita, que não tem “a coragem de olhar para os próprios defeitos”. Foi o que disse o Papa na homilia desta manhã na Casa Santa Marta.

“Por que reparas no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?”: Francisco iniciou sua homilia com a pergunta feita por Jesus que mexe com a consciência de todos os homens, de todos os tempos. O Papa observou que Cristo, após falar da humildade, nos fala do seu oposto, ou seja, “daquela atitude odiosa para com o próximo, de ser juiz do irmão”. Para estes casos, Jesus usa uma palavra dura: hipócrita:

“Aqueles que vivem julgando o próximo, falando mal do outro, são hipócritas, porque não têm a força, a coragem de olhar para os próprios defeitos. O Senhor afirma que quem tem no coração ódio do seu irmão, é um homicida... Também o Apóstolo João, na sua primeira Carta, é claro: quem odeia e julga o seu irmão caminha nas trevas.”
Para o Papa, todas as vezes que julgamos os nossos irmãos no nosso coração e, pior, falamos disso com outras pessoas, somos “cristãos homicidas”:

“Um cristão homicida … Não sou eu quem digo, eh?, é o Senhor. E sobre este ponto, não há meio termo. Quem fala mal do irmão, o mata. E nós, todas as vezes que o fazemos, imitamos aquele gesto de Caim, o primeiro homicida da história”.
Francisco acrescenta que neste período em que se fala de guerras e se pede tanto a paz, “é necessário um nosso gesto de conversão”. “As fofocas – advertiu – fazem parte desta dimensão da criminalidade. Não existe fofoca inocente”. A língua, disse ainda citando São Tiago, é para louvar o Senhor, “mas quando a usamos para falar mal do irmão ou da irmã, nós a usamos para matar Deus”, “a imagem de Deus no irmão”. Não vale a argumentação de que alguém mereça intrigas.

“Reze por essa pessoa! Faça penitência por ela! E depois, se necessário, fale com alguém que possa remediar o problema. Sem espalhar a notícia!’. Paulo foi um grande pecador, e disse de si mesmo: ‘Antes eu blasfemava, perseguia e era violento. Mas tiveram misericórdia’. Talvez nenhum de nós blasfeme – talvez. Mas se alguém faz intriga, certamente é um perseguidor e um violento. Peçamos para nós, para toda a Igreja, a graça de nos converter da criminalidade das intrigas ao amor, à humildade, à mansidão, à magnanimidade do amor para com o próximo”.(BF)


Papa Francisco

Papa Francisco: "No mistério da Cruz encontramos a história do homem e a história de Deus"



Cidade do Vaticano (RV) - O mistério da Cruz é um grande mistério para o homem e do qual se pode aproximar somente através da oração e das lágrimas: foi o que observou o Papa Francisco nesta manhã de sábado na Missa presidida por ele na capela da Casa Santa Marta, no dia em que a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz.

No mistério da Cruz - disse o Papa em sua homilia – encontramos a história do homem e a história de Deus, sintetizadas pelos Pais da Igreja, na comparação entre a árvore do conhecimento do bem e do mal, no Paraíso, e a árvore da Cruz:

“Aquela árvore tinha feito tanto mal, e esta árvore nos leva à salvação, à saúde. Perdoa aquele mal. Este é o caminho da história humana: um caminho para encontrar Jesus Cristo Redentor, que dá a sua vida por amor. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. Esta árvore da Cruz nos salva, todos nós, das consequências daquela outra árvore, onde teve início a auto-suficiência, o orgulho, a soberba de querer conhecer, - nós -, tudo, de acordo com a nossa mentalidade, de acordo com os nossos critérios, também segundo a presunção de ser e de se tornar os únicos juízes do mundo. Esta é a história do homem: de uma árvore a outra árvore”.
Na cruz, se encontra também “a história de Deus” - prosseguiu o Papa Francisco –, “porque podemos dizer que Deus tem uma história”. De fato, “Ele quis assumir a nossa história e caminhar conosco”: inclinou-se, se tornando homem, enquanto nós queríamos nos elevar, e assumiu a condição de servo, sendo obediente até a morte na cruz, para nos levantar:

“Deus faz este caminho por amor! Não há outra explicação: somente o amor faz essas coisas. Hoje olhamos para a Cruz, a história do homem e a história de Deus. Olhamos para esta cruz, onde se pode provar mel de aloe, o mel amargo, a doçura amarga do sacrifício de Jesus. Mas esse mistério é tão grande que por si só não podemos compreender bem este mistério, não tanto para entender - sim, entender ... - mas experimentar profundamente a salvação deste mistério. Antes de tudo o mistério da Cruz. Somente se pode entender um pouquinho, de joelhos, em oração, mas também através das lágrimas: são as lágrimas que nos aproximam deste mistério”.

“Sem chorar, chorar no coração - disse o Papa - não se poderá jamais entender esse mistério”. É o choro do arrependimento, o choro do irmão e da irmã que olham para tantas misérias humanas” e as vêem em Jesus, mas “de joelhos e chorando” e “nunca sozinhos, nunca sozinhos!”

“Para entrar neste mistério, que não é um labirinto, mas se assemelha um pouco, temos sempre necessidade da Mãe, da mão da Mãe. Que Ela, Maria, nos faça experimentar quão grande e quão humilde é este mistério; tão doce como mel e tão amargo como o aloe. Que seja ela a nos acompanhar neste caminho, que nenhum outro pode fazê-lo além de nós mesmos. Cada um deve fazê-lo! Com a Mãe, chorando e de joelhos”. (SP)


Católicos pedem pela paz no Mundo

Católicos cubanos pedem paz na festa da padroeira nacional



Havana (RV) – Por ocasião da festa de Nossa Senhora da Caridade, Padroeira de Cuba, a Igreja se uniu este domingo ao Santo Padre para pedir paz no mundo.

O Presidente da Conferência dos Bispos Católicos de Cuba, Dom Dionisio García, ressaltou a convocação do Santo Padre de um dia de oração e jejum pela paz na Síria, em que milhares de cristãos, fiéis de outras religiões e pessoas de boa vontade se reuniram na Praça S. Pedro.

"Pode ser que se aproxime uma guerra. Todos saem como os conflitos começam, mas ninguém sabe como terminam (...), causando destruição, morte e situação que, às vezes, não quase irreparáveis.”

Sobre a iniciativa de sábado à noite, o Arcebispo afirmou que se tratou "de um exemplo ao mundo”, em que todos se uniram em busca do bem, da paz e da fraternidade.

Os principais festejos pelo dia da padroeira tiveram lugar na província de Santiago de Cuba, onde se encontra o santuário nacional de Nossa Senhora, e também em Havana.

Na capital, centenas de fiéis saíram em procissão nos arredores da paróquia “Nossa Senhora da Caridade”, guiada pelo Cardeal Jaime Ortega y Alamino.

Nos exorta o Santo Padre o Papa

Papa exorta cristãos a se livrarem de devoções e revelações que não levam a Cristo



Cidade do Vaticano (RV) - O cristão jamais deve esquecer que o centro da sua vida é Jesus Cristo: foi o que ressaltou o Papa na missa celebrada neste sábado na Casa Santa Marta, no Vaticano. Francisco afirmou que devemos vencer a tentação de ser "cristãos sem Jesus" ou cristãos que "buscam somente devoções", mas falta Jesus.

O Santo Padre desenvolveu toda a sua homilia na centralidade de Jesus na vida do cristão. "Jesus – disse – é o centro. Jesus é o Senhor." No entanto, constatou, esta palavra nem sempre a entendemos bem, "não se entende tão facilmente".

Jesus, afirmou, "não é um singular tal ou qual", mas "o Senhor, o único Senhor". Ele é o centro que "nos regenera e nos funda", este é o Senhor: "o centro".

Os fariseus dos quais nos fala o Evangelho deste sábado colocavam "colocavam o centro de sua religiosidade em muitos mandamentos", observou.

E também hoje, "se Jesus não estiver no centro haverá outras coisas". Eis que então "encontramos muitos cristãos sem Cristo, sem Jesus":

"Por exemplo, aqueles que têm a doença dos fariseus e são cristãos que colocam a sua fé, a sua religiosidade em muitos mandamentos, em muitos... 'Ah, devo fazer isso, devo fazer aquilo, devo fazer aquilo outro...' Cristãos de atitude... 'Mas por que você faz isso?' – 'Deve ser feito?' 'Por que deve ser feito?' – 'Ah, não sei, mas sei que se deve fazer'. E Jesus, onde está nisso? Um mandamento é válido se vem de Jesus: eu faço isso porque o Senhor quer que eu faça isso. Mas como sou um cristão sem Cristo, faço isso e não sei porque devo fazê-lo."

Existem, acrescentou, "outros cristãos sem Cristo: os que somente buscam devoções", "mas falta Jesus". "Se suas devoções levam-no a Jesus – disse o Papa –, então tudo bem. Mas se não vai além da devoção, algo não funciona." Além disso, prosseguiu, há "outro grupo de cristãos sem Cristo: os que buscam coisas raras, um pouco especiais, que vão atrás de revelações privadas", enquanto a Revelação se concluiu com o Novo testamento.

O Papa frisou nestes cristãos a vontade do "espetáculo da revelação, de ouvir coisas novas". Francisco exortou esses cristãos a tomarem o Evangelho. E concluiu pedindo a Jesus que "nos faça entender que somente Ele é o Senhor, o único Senhor. E nos dê também a graça de amá-Lo, de segui-Lo, de caminhar na estrada que Ele nos ensinou". (RL)


Papa Francisco

Papa Francisco: "O cristão deve ter paixão pela esperança"



Cidade do Vaticano (RV) – Não devemos confundir a virtude da esperança com o otimismo. Foi o que disse o Papa na missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta.

Para um cristão, a esperança é Jesus em pessoa, é a sua força de libertar e refazer uma nova vida. Inspirando-se na Carta de Paulo aos Colossenses, Francisco explicou que o otimismo é uma atitude humana que depende de tantas coisas. Todavia, a esperança é uma virtude de “segunda classe”, a “virtude humilde” se comparada com as virtudes da fé e da caridade. Por isso, pode ser confundida com o bom humor:

Mas a esperança é outra coisa, não é otimismo. A esperança é um dom, é um presente do Espírito Santo. Paulo dirá que é um dom que “jamais decepciona”. Por quê? Porque é um dom que o Espírito Santo nos deu. E Paulo nos diz que a esperança tem o nome: Jesus. Não podemos dizer “Tenho esperança na vida, em Deus”. Se não dizemos “Tenho esperança em Jesus Cristo, pessoa viva, que agora vive na Eucaristia, que está presente na sua Palavra”, não é esperança; é bom humor e otimismo …
A seguir, Francisco comentou o Evangelho, o episódio em que Jesus cura a mão paralisada de um homem, suscitando a reprovação de escribas e fariseus. Com o seu milagre, observou o Papa, Jesus liberta a mão da doença e demonstra a quem o critica que o caminho deles não é o da liberdade. “Liberdade e esperança caminham juntas: onde não há esperança, não há liberdade”, afirmou o Pontífice. Que acrescentou: “Jesus liberta da doença, do rigor e refaz aquele homem e quem não acreditou nele:

Jesus, a esperança. Refaz tudo. É um milagre constante. Não somente fez milagres de curas, tantas coisas...eram somente sinais, sinais daquilo que está fazendo agora, na Igreja. O milagre de refazer tudo: o que faz na minha, na tua e na nossa vida. Refazer. E o que ele refaz é justamente o motivo da nossa esperança. E esta esperança não decepciona porque Ele é fiel.
O Papa então citou de modo especial os sacerdotes. “É um pouco triste” – admitiu ele, quando encontra um sacerdote que perdeu a esperança, enquanto é belo encontrar quem chega no final da vida não com otimismo, mas com esperança”. “Este sacerdote está em união com Jesus Cristo, e o povo de Deus precisa de que nós padres ofereçamos este sinal de esperança, vivamos esta esperança em Jesus que refaz todas as coisas”:

O Senhor que é a esperança da glória, que é o centro, que é a totalidade, nos ajude nesta direção: dar esperança, ter paixão pela esperança. E, como disse, nem sempre é otimismo, mas foi o que Nossa Senhora teve no momento das trevas: na noite de Sexta-feira até a manhã do domingo. Aquela esperança; e ela a tinha. E aquela esperança refez tudo. Que o Senhor nos dê esta graça.
(BF)



Meditando o Evangelho de Hoje

Dia Litúrgico: Segunda-feira da 23ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Lc 6,6-11): Num outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Lá estava um homem que tinha a mão direita seca. Os escribas e os fariseus observavam Jesus, para ver se ele faria uma cura no dia de sábado, a fim de terem motivo para acusá-lo. Ele, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão seca: Levanta-te e fica aqui no meio!. Ele se levantou e ficou de pé. Jesus disse-lhes: Eu vos pergunto: em dia de sábado, o que é permitido, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?. Passando o olhar sobre todos eles, Jesus disse ao homem: Estende a mão!. O homem assim o fez e a mão ficou curada. Eles se encheram de raiva e começaram a discutir entre si sobre o que fariam contra Jesus.
Comentário: P. Julio César RAMOS González SDB (Mendoza, Argentina)
Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão
Hoje Jesus nos dá exemplo de liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a diferença do que hoje se apregoa e até se vive como liberdade,a de Jesus, é uma liberdade totalmente associada e aderida à ação do Pai. Ele mesmo dirá: Vos garanto que o Filho do homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que vê o Pai fazer; o que faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age por amor.

O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida. Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força recriadoura daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende tua mão,(Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando, salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inativa, inclusive, para fazer o bem ao irmão necessitado.

Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com Cristo Salvador.

Santo de Hoje

SANTO DO DIA

São Pedro Claver
1580-1654

09 de Setembro - São Pedro Claver

Os escravos negros que chegavam em enormes navios negreiros ao porto de Cartagena, na Colômbia, eram recepcionados e aliviados de suas dores e sofrimentos por um missionário que, além de alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e dar-lhes esperança. Para quem vivia com corrente nos pés e sob o açoite dos feitores, a esperança vinha de Nosso Senhor.

Esse missionário era Pedro de Claver, nascido no povoado de Verdú, em Barcelona, na Espanha, em 26 de junho de 1580. Filho de um casal de simples camponeses muito cristãos, desde cedo revelou sua vocação. Estudou no Colégio dos Jesuítas e, em 1602, entrou para a Companhia de Jesus, para tornar-se um deles.

Quando terminou os estudos teológicos, Pedro de Claver viajou com uma missão para Cartagena, hoje cidade da Colômbia, na América do Sul. Iniciou seu apostolado antes mesmo de ser ordenado sacerdote, o que ocorreu logo em seguida, em 1616, naquela cidade. E assim, foi enviado para Carque, evangelizar os escravos que chegavam da África. Apesar de não entenderem sua língua, entendiam a linguagem do amor, da caridade e do sentimento cristão e paternal que emanavam daquele padre santo. Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai.

Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles as mesmas agruras. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro de Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica. Foram atribuídos a ele, ainda, muitos milagres de cura.

Durante a peste, em 1650, ele foi o primeiro a oferecer-se para tratar os doentes. As conseqüências foram fatais: em sua peregrinação entre os contaminados, foi atacado pela epidemia, que o deixou paralítico. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro de Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 8 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria.

Foi canonizado pelo papa Leão XIII em 1888. São Pedro Claver foi proclamado padroeiro especial de todas as missões católicas entre os negros em 1896. Sua festa, em razão da solenidade mariana, foi marcada para 9 de setembro, dia seguinte ao da data em que se celebra a sua morte.

PENSAMENTO DO DIA

 SEGUNDA- FEIRA, 09 DE SETEMBRO

"Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim." Benjamin Franklin (1706 – 1790)

Testemunho

"O papa pra mim é a pessoa mais importante do planeta"
O testemunho de fé do campeoní­ssimo ex-jogador de basquete, Oscar Schmidt

No último sábado, 7 de setembro, data em que se comemora o dia da independência no Brasil, o canal de TV ESPN Brasil exibiu o programa ‘Bola da vez’ onde o ex-jogador de basquete de inúmeros clubes e da seleção brasileira Oscar Schmidt era o entrevistado.
O âncora do programa, José Palomino, inicia um dos blocos indagando ao craque sobre a oportunidade de encontrar o Sumo Pontífice durante a Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013 . Tido como um dos maiores jogadores de basquetebol de todos os tempos, Oscar testemunhou sobre o Papa Francisco e a sua fé católica.
“Eu tive a honra de levar minha esposa e meus dois filhos para encontrar o Papa. O Papa pra mim é a pessoa mais importante do planeta. Eu sou muito católico e ele é a conexão direta com Nosso Senhor. Ser convidado para estar pertinho dele já dá arrepios. Eu sequer pensei no meu tumor. Eu não sei porque as pessoas não se ajoelham quando ele passa”.
O ex jogador da seleção brasileira não deixou de brincar com a nacionalidade do Sumo Pontífice. Brasil e Argentina são tradicionais rivais no basquete e Schidmt, que durante anos enfrentou os ‘hermanos’ nas quadras, falou com bastante humor sobre o tema. 

“Esse é o primeiro argentino humilde que eu vi na vida. Pensei que não fosse ver alguém melhor que o João Paulo (II). Eu falei que estava rezando para ele enquanto eu me ajoelhei diante dele. E ele respondeu ‘Gracias’. Que coisa linda esse ‘gracias’.

"Por que devo Jejuar?

A prática do Jejum e da abstinência hoje na Igreja"

"Por que devo jejuar?, a prática do Jejum e da abstinência hoje na Igreja” é o título do livro lançado recentemente pelas edições CNBB, cujo autor é mons. Giulio Viviani.
Mons. Giulio trabalhou por mais de 15 anos (1993-2000) no Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. Nasceu em Trento, Itália, 1956 e é jornalista desde 1993. Também foi cerimoniário pontifício de 1997 a 2010.
“Que significa, atualmente, para  nós cristãos, o jejum?” – se pergunta Mons. Giulio na introdução da sua obra – “Que significa abster-se da carne? Quem é que ainda respeita hoje esse preceito? Com que modalidades é que deve ser cumprido?”, já que ainda hoje é lei para todo católico a abstinência de carne em todas as sextas-feiras do ano, e não só na quaresma e na Semana Santa.
A análise feita por Mons. Viviani percorre a atualidade dos cristãos, a Sagrada Escritura, o magistério da Igreja, buscando esclarecer temas específicos do Jejum, a abstinência de carnes, a espiritualidade do jejum, as modalidades concretas do jejum e da abstinência e o jejum eucarístico. 
“ ‘O verdadeiro Jejum finaliza-se, portanto, a comer o verdadeiro alimento’, que é fazer a vontade do Pai”, diz Bento XVI, na sua mensagem de Quaresma de 2009.
Percorrendo os documentos da Igreja, a Sacrosanctum Concilium, A constituição apostólica Paenitemini de Paulo VI, entre outros documentos –incluindo também documentos da CNBB – “não se pode afirmar que nos faltam textos sobre os quais refletir e nos quais inspirar o nosso comportamento para atuar uma autêntica e profícua prática penitencial também na vida dos fiéis cristãos do nosso tempo”, escreve Mons. Giulio.
São abundantes as citações, das mais variadas, e ricas em conteúdo, que Mons. Giulio Viviani utiliza para ilustrar os conceitos dessa pequena obra de 72 páginas: "Por que devo Jejuar?".
Amanhã, 7 de setembro, todos os cristãos e homens de boa vontade, fomos convidados a unir-nos em oração por meio do Jejum, à pedido do Papa Francisco, em intenção da paz na Síria. Eis aqui, portanto, uma excelente leitura que pode dar sentido a esse ato pessoal e comunitário que se realizará em todo o mundo amanhã, como súplica aos céus do grande dom da paz. 

“Estas três coisas, oração, jejum misericórdia, são uma só coisa e recebem vida uma da outra. O jejum é alma da oração e a misericórdia, a vida do jejum. Ninguém as separe, porque não conseguem estar separadas”, disse São Pedro Crisólogo, citado na introdução do livro.

Médicos e padres

Médicos e padres

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Jales (RV) - Não é fácil, e talvez nem convenha, comparar médicos com padres, ou vice-versa. Mesmo que, para se ressaltar a importância da profissão de médico, se costume dizer que ela é um verdadeiro “sacerdócio”.
Mas aqui a comparação entre médicos e padres, é colocada a propósito da polêmica instaurada nacionalmente, a respeito da contratação, ou não, de médicos estrangeiros para exercerem sua profissão em municípios que não dispõem do atendimento médico por profissionais brasileiros.
Faltam médicos brasileiros. Faltam padres brasileiros. Aí sim é possível fazer algumas ponderações.
Diante da falta de padres brasileiros, a Igreja sempre esteve muito aberta para acolher padres estrangeiros. E o povo sempre recebeu bem os padres vindos de outros países, especialmente da Europa, mas também do Canadá e até dos Estados Unidos.
Para dimensionar melhor o que significou para a Igreja do Brasil a presença de padres estrangeiros é revelador conferir quantos deles acabaram sendo eleitos bispos. Nas últimas décadas, somando os que já são agora eméritos, passa de cem o número de bispos estrangeiros colocados à frente de dioceses no Brasil. Isto representa, propriamente, um terço do episcopado brasileiro.
Claro que a análise deste fato comportaria outros ingredientes que ajudariam a explicar a composição do clero brasileiro. Mas o dado mais eloquente a ser levado em conta é, sem dúvida, a disposição de acolher, sem restrições nem reservas, a presença de padres estrangeiros, com plena jurisdição pastoral.
Esta atitude contribuiu, certamente, para confirmar a fama do Brasil ser um país aberto à universalidade, acolhedor da diversidade, sem maiores problemas de convivência com o diferente, pronto para a harmonia de relacionamentos com pessoas de outras culturas.
O fato evidente é este: a presença de padres estrangeiros foi muito positiva, tanto para o atendimento pastoral das comunidades católicas, como para o conjunto do país, que pôde contar com a valiosa contribuição de pessoas capacitadas e laboriosas, que puderam prestar valiosos serviços sociais junto à população.
Diante disto surge espontânea a pergunta: por que não acolher os médicos estrangeiros, ainda mais diante da carência de profissionais que faz com que centenas de municípios brasileiros estejam desprovidos de atendimento médico?
Diante de situações dramáticas, que precisam de solução urgente, dá para dispensar o apelo à tradição brasileira, de abertura para a diversidade cultural, e centrar nossa motivação na urgência humanitária de socorrer a tantos doentes que acabam morrendo por falta de médico.
Nenhum médico gostaria de ser acusado de omissão de socorro profissional, causado por sua irresponsabilidade.
Certamente a classe médica do Brasil não quer ser responsabilizada pela falta de atendimento profissional a tantas pessoas que precisam com urgência de socorro médico.
Fica o apelo para que a classe médica do Brasil, através de seus organismos de representação, coloque diante do Ministério da Saúde suas ponderações sobre esta demanda, para que se chegue rapidamente a uma solução, que não comprometa a imagem dos médicos brasileiros, não constranja os médicos estrangeiros, e sobretudo se transforme em medidas eficazes em favor dos doentes, para quem a saúde não tem nacionalidade, pois ela goza de cidadania universal.

Dom Demétrio Valentini, Bispo de Jales - SP


Papa Francisco

"Jesus vence o mal com a humildade", disse o Papa na homilia da manhã



Cidade do Vaticano (RV) - “Sempre, onde estiver Jesus haverá humildade, meiguice e amor”, disse o Papa Francisco na Missa da manhã desta terça, 03, na Casa Santa Marta. O Papa acentuou a distinção entre a “luz tranquila” de Jesus, que fala ao nosso coração, e a “luz do mundo”, uma “luz artificial” que nos torna soberbos e orgulhosos.

A identidade cristã é “uma identidade da luz, não das trevas”. Francisco desenvolveu sua homilia inspirando-se nas palavras de São Paulo aos primeiros discípulos de Jesus. “Vocês, irmãos, não estão nas trevas, vocês são todos filhos da Luz”. Esta Luz, porém – ressalvou – “não foi muito querida pelo mundo”.

“Jesus veio justamente para nos salvar do pecado, a sua Luz nos salva das trevas”. Por outro lado, “hoje se pensa que podemos receber a luz com tantas coisas científicas e coisas da humanidade”.

“Mas a luz de Jesus é outra coisa. Não é uma luz da ignorância; é uma luz de sabedoria, diferente da luz do mundo. A luz do mundo é artificial, forte como um fogo de artifício, como um flash, mas a de Jesus é mais forte, embora branda: é uma luz tranquila, de paz, como a luz da noite de Natal, sem pretensões”.

O Papa disse ainda que a Luz de Jesus “dá paz”, “não faz espetáculo; é uma Luz que vem do coração”. Todavia – advertiu, “às vezes, o diabo aparece disfarçado de anjo da luz: ele gosta de imitar Jesus e parecer bom, nos fala tranquilamente...”. Eis porque devemos pedir ao Senhor “a sabedoria para discernir quando é o Senhor que nos dá a Luz e quando é o demônio, mascarado de anjo”.

“Quanta gente acredita viver na luz e estão nas trevas, sem perceber? Como é a luz que Jesus nos oferece? Nós conhecemos a Luz de Jesus, porque é humildade, não se impõe. É uma luz meiga, com a força da meiguice. É uma luz que fala ao coração, que oferece a Cruz”.

“Se, ao contrário, uma luz te faz sentir orgulhoso, te faz olhar aos outros por cima, a desprezar os outros, a ser soberbo, ela não é a Luz de Jesus, é a luz do diabo, disfarçado de Jesus, de anjo da luz”.

Francisco exortou os fiéis a “ir atrás Dele sem medo, porque a Luz de Jesus é bela e faz muito bem. E concluiu lembrando que o Evangelho do dia narra que Jesus expulsa o demônio e as pessoas se perdem no temor diante de uma palavra que expulsa os espíritos impuros:

“Jesus não precisa de um exército para expulsar os demônios, não precisa da soberba, não precisa da força e do orgulho. Sua palavra é humilde, meiga e cheia de amor; é uma palavra que nos acompanha nos momentos de Cruz. Peçamos ao Senhor que nos dê hoje a graça de sua Luz e nos ensine a distinguir quando a luz e Sua ou quando é artificial, feita pelo inimigo para nos enganar”.
(CM)

PENSAMENTO DO DIA

QUARTA-FEIRA, 04 DE SETEMBRO

"Mesmo que o nosso homem exterior vá direto para a ruína, o nosso homem interior se renova a cada dia. Porque as provas que enfrentamos hoje não são nada diante da glória eterna para a qual estamos nos preparando". (Gregório III Laham , Patriarca de Antioquia e todo o Oriente, de Alexandria e Jerusalém dos Melquitas)

Notícias

No Kosovo, igreja será dedicada a Madre Teresa



Pristina (RV) – O 10° aniversário da beatificação de Madre Teresa de Calcutá será celebrado em 5 de setembro na nova igreja-santuário a ela dedicada na cidade de Pristina, capital do Kosovo.

Personalidade muito querida pelos kosovares – a maioria de etnia albanesa -, Madre Teresa foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 19 de outubro de 2003.

Segundo o L’Osservatore Romano, na cerimônia de inauguração do novo edifício - com a bênção do Presbitério (com altar, ambão e cátedra episcopal) – deverão participar numerosos políticos, diplomatas e expoentes religiosos de diversas confissões.

A data de 5 de setembro recorda o aniversário da morte da religiosa, em 1997. Madre Teresa nasceu em Skopje e fundou a Congregação das Missionárias da Caridade, que por mais de meio século tem se dedicado aos pobres na Índia e em todo o mundo. (JE)


Meditando o Evangelho de Hoje

Dia Litúrgico: Quarta-feira da 22ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Lc 4,38-44): Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo, com muita febre. Intercederam a Jesus por ela. Então, Jesus se inclinou sobre ela e, com autoridade, mandou que a febre a deixasse. A febre a deixou, e ela, imediatamente, se levantou e pôs-se a servi-los. Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes, com diversas enfermidades, os levavam a Jesus. E ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava. De muitas pessoas saíam demônios, gritando: «Tu és o Filho de Deus!». Ele os repreendia, proibindo que falassem, pois sabiam que ele era o Cristo.

De manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, tendo-o encontrado, tentavam impedir que ele as deixasse. Mas ele disse-lhes: «Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, pois é para isso que fui enviado». E ele ia proclamando pelas sinagogas da Judéia.
Comentário: Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava. De muitas pessoas saíam demônios, gritando
Hoje, nos encontramos ante um claro contraste: as pessoas que procuram Jesus e Ele que cura toda “doença” (começando pela sogra de Simão Pedro); à vez, «de muitas pessoas saíam demônios, gritando» (Lc 4,41). Quer dizer: bem e paz, por um lado; mal e desespero, pelo outro.

Não é a primeira ocasião que aparece o demônio “saindo”, isto é, fugindo da presença de Deus entre gritos e exclamações. Lembremos também o endemoninhado de Gerasa (cf. Lc 8,26-39). Surpreende que o próprio demônio “reconheça” a Jesus e que, como no caso daquele de Gerasa, é ele mesmo quem sai ao encontro de Jesus (isso sim, muito raivoso e incomodado porque a presença de Deus incomodava a sua vergonhosa tranqüilidade).

Tantas vezes nós também pensamos que encontrar-nos com Jesus nos atrapalha! Atrapalha-nos ter que ir à Missa no domingo; perturba-nos pensar que faz muito que não dedicamos um tempo à oração; sentimos vergonha dos nossos erros, em lugar de ir ao Médico da nossa alma para pedir-lhe simplesmente perdão... Pensemos se não é o Senhor quem tem que vir a nos encontrar, pois nós mesmos nos fazemos rogar para deixar a nossa pequena “caverna” e sair ao encontro de quem é o Pastor das nossas vidas! Isto se chama, simplesmente, tibieza.

Tem um diagnóstico para isto: atonia, falta de tensão na alma, angustia, curiosidade desordenada, hiperatividade, preguiça intelectual com as coisas da fé, pusilanimidade, vontade de estar só consigo mesmo... E existe também um antídoto: deixar de se olhar a sim mesmo e se por mãos à obra. Fazer o pequeno compromisso de dedicar um momento cada dia a olhar e escutar a Jesus (o que se entende por oração): Jesus o fazia, pois «de manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto» (Lc 4,42). Fazer o pequeno compromisso de vencer o egoísmo numa pequena coisa cada dia pelo bem dos outros (isto se chama amar). Fazer o pequeno-grande compromisso de viver cada dia em coerência com nossa vida Cristã.

Igreja e o Mundo

Judeus da Itália agradecem felicitações do Papa Francisco, destacando os valores que unem cristãos e judeus



Cidade do Vaticano (RV) – Os judeus italianos acolheram “com amizade e espírito de fraternidade” os augúrios do Papa Francisco na véspera do Rosh Shanah, a festividade que marca o início do ano novo judaico 5774.

Foi o que declarou ao L’Osservatore Romano, o Presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas (UCEI), Renzo Gattegna, que sublinhou como no encontro de segunda-feira entre o Papa e uma delegação do Congresso Judaico Mundial, ficaram evidentes “a partilha de valores e raízes comuns, a consciência e respeito pelas recíprocas diferenças, a defesa da dignidade do homem contra a barbárie do fundamentalismo religioso, o empenho e sacrifício pela realização de um futuro de harmonia entre os povos”. Temas estes que, segundo afirmou Gattegna, “permitem vislumbrar um amplo leque de oportunidades de crescimento e colaboração entre judeus e cristãos”.

Para o Presidente da UCEI, estamos diante de “um processo que desde o Concílio Vaticano II até hoje, na esteira da nova fase de abertura e diálogo inaugurados naquela circunstância, levou a resultados de notável concretude”.

Trata-se de “um fogo a ser alimentado constantemente com novas iniciativas e ocasiões de encontro” e de “um desafio vivo e atual para o ano de 5774 que está à porta. A acolher-nos, de fato, é uma fase histórica de notável complexidade em que cada um de nós, com determinação e com a máxima consciência, é chamado a dar uma contribuição a favor da paz”.

O Papa enviou nesta terça-feira um telegrama ao Rabino Chefe de Roma, Riccardo di Segni, no qual desejou “as felicitações mais vivas”, assegurando “a recordação na oração” e desejando a consolidação da “amizade entre judeus e cristãos”. 

Oração pela Paz na Síria

Fiéis em todo o mundo aderem ao dia de oração e jejum convocado por Francisco



Cidade do Vaticano (RV) – Aumentam de hora em hora as adesões ao dia de oração e jejum pela Síria, convocado pelo Papa Francisco para o próximo sábado. Inúmeras organizações e expoentes religiosos manifestam publicamente a sua participação.

Congregações como o Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME), a Obra Dom Orionee os salesianos, movimentos como a Renovação no Espírito, Pax Christi e Focolares já divulgaram comunicados aderindo à iniciativa.

A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa fez o mesmo, fazendo votos de que “cada ordinário na sua diocese, eparquia ou exarcado, cada pároco em sua paróquia e com os seus paroquianos, cada superior/a de Instituto religioso, possa organizar o dia como mais lhe convém, na esperança de que “o eco das orações que saem de nossos lábios possa cobrir o barulho dos tambores da guerra”.

O Arcebispo metropolitano sírio-ortodoxo de “Jazirah e Eufrates”, Eustathius Matta Roham, afirmou que ele e toda a sua comunidade “aderem com convicção ao apelo do Papa”. Para afastar males como a guerra e a violência, o Arcebispo recorda o trecho do Evangelho de Mateus (Mt 17,21): “Esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”.

Nas Filipinas, o Card. Luis Antonio Tagle convidou todos os párocos e os reitores de santuários da Arquidiocese de Manila a celebrarem a missa da manhã de sábado, 7 de setembro, com a intenção especial pelo povo sírio, encorajando os fiéis a uma hora de Adoração eucarística depois da missa. Em todas as dioceses, estão sendo organizados encontros de oração e jejum pela paz.

Em Assis, cidade que receberá o Papa em outubro, a Basílica Inferior de São Francisco de terça a sexta feira permanecerá aberta até as 22h para permitir que os fiéis rezem sobre o túmulo do Santo pela paz na Síria. Além disso, no sábado, os frades realizarão uma vigília de oração em Santa Maria dos Anjos em comunhão com o Papa Francisco.

A Secretaria de Estado do Vaticano convidou os embaixadores junto à Santa Sé para um encontro quinta-feira de manhã, de modo que possa informar ao corpo diplomático o significado da iniciativa e contatou também todas as Conferências Episcopais do mundo com a mesma finalidade. Já os dicastérios vaticanos se mobilizaram contatando os referentes de outras Igrejas e confissões religiosas.

O programa para sábado ainda está sendo definido. A Praça S. Pedro estará aberta a todos, a partir das 16h30, hora local, sem necessidade de bilhete. A chegada do Papa está prevista para as 19h. Haverá a entronização da imagem mariana do "Salus populi romani", a reza do terço e uma meditação do Pontífice com um renovado apelo pela paz. A conclusão está prevista para as 23h.

Notícias

Audiência Geral: Papa renova convite ao dia de jejum e oração pela Síria. E fala da "saudade" do Brasil



Cidade do Vaticano (RV) – Em sua primeira Audiência Geral passados mais de dois meses, o Papa Francisco dedicou sua catequese desta quarta-feira à viagem que fez ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.

“Passou mais de um mês”, recordou o Papa, “mas considero importante falar deste evento para entender melhor o seu significado”. Antes de tudo, o Pontífice agradeceu a Deus o “presente” de poder voltar ao continente americano e a Nossa Senhora Aparecida, “importante para a história da Igreja no Brasil e na América Latina”, por tê-lo acompanhado durante toda a viagem.

Mais uma vez, agradeceu aos organizadores e às autoridades civis e eclesiásticas e a todos os brasileiros pela acolhida. “Brava gente” esses brasileiros, disse, afirmando ser o acolhimento a primeira palavra que emerge da viagem ao Brasil. Para Francisco, a generosidade das famílias e das paróquias brasileiras que acolheram fraternalmente os peregrinos, superando as dificuldades e inconvenientes, criou uma verdadeira rede de amizade.

A segunda palavra é festa. Ver jovens do mundo inteiro, saudando-se e abraçando-se é um testemunho para todos. Contudo, a JMJ é acima de tudo uma festa da fé: todos unidos para louvar e adorar o Senhor.

O terceiro elemento é a missão. “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” foi o tema da Jornada do Rio. O mandato de Cristo aos seus discípulos foi acompanhado da certeza de que estaria com eles todos os dias. “Isso é fundamental”, disse o Papa, pois somente com Ele nós podemos levar o Evangelho, sem Cristo nada podemos fazer. Com Ele, ao invés, podemos fazer tantas coisas. Mesmo um jovem, que aos olhos do mundo conta pouco ou nada, aos olhos de Deus é um apóstolo do Reino, é uma esperança para Deus! Francisco então se dirigiu diretamente à juventude:

“Saiam de vocês mesmos, de todo fechamento para levar a luz e o amor do Evangelho a todos, até as extremas periferias da existência! Este foi precisamente o mandato de Jesus que confiei aos jovens que lotavam a perder de vista a praia de Copacabana. Um lugar simbólico, a margem do oceano, que lembrava a margem do lago da Galileia.”

Os jovens que estavam no Rio, prosseguiu o Pontífice, não são notícia porque não fazem escândalos e atos violentos. Mas se permanecerem unidos a Jesus, eles constroem o seu Reino, constroem fraternidade e são uma força potente para tornar o mundo mais justo e mais belo para transformá-lo. E Francisco pediu coragem à juventude mundial para assumir o desafio de ser esta força de amor e de misericórdia para mudar a realidade. E concluiu:

“Queridos amigos, a experiência da JMJ nos recorda a verdadeira grande notícia da história, a Boa Nova, mesmo que não apareça nos jornais e na televisão. Acolhimento, festa, missão: que essas não sejam mera lembrança do que aconteceu no Rio, mas sejam ânimo da nossa vida e a de nossas comunidades.”

Na saudação aos peregrinos, aos de língua portuguesa saudou de modo especial os brasileiros, dizendo estar com saudade de sua visita a Aparecida e ao Rio. Aos poloneses, recordou que a próxima JMJ será em Cracóvia.

No final da Audiência, o Papa recordou que sábado próximo será dedicado ao jejum e à oração pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro.

“Renovo o convite a toda a Igreja e viver intensamente este dia e, desde já, expresso reconhecimento aos outros irmãos cristãos, irmãos de outras religiões e aos homens e mulheres de boa vontade que quiserem se unir a este momento. Exorto em especial os fiéis romanos e os peregrinos a participarem da vigília de oração, aqui na Praça S. Pedro, às 19h, para invocar do Senhor o grande dom da paz. Que se eleve forte em toda a terra o grito da paz!”