Carisma e Missão do Instituto

O carisma do Instituto do Verbo Encarnado consiste na "Evangelização da Cultura".

Pelo carisma próprio do Instituto, todos os seus membros devem trabalhar, em suma docilidade ao Espírito Santo e dentro do exemplo de Maria, a fim de assenhorear para Jesus Cristo todo o autenticamente humano, nas situações mais difíceis e nas condições mais adversas.

 É a graça de saber como agir, em concreto, para prolongar Cristo nas famílias, na educação, nos meios de comunicação, nos homens de pensamento e em toda legítima manifestação da vida do homem.

É o dom de fazer que cada homem seja, “como uma nova Encarnação do Verbo”, sendo essencialmente missionários e marianos.

Por isso, a missão, recebida do fundador e proposta à Igreja para ser sancionada, é levar à plenitude as conseqüências da Encarnação do Verbo, que é o “compêndio e raiz de todos os bens”, em especial ao amplo mundo da cultura, ou seja, à “manifestação do homem como pessoa, comunidade, povo e nação.



Tolerância e relativismo


Ao longo do mês de setembro, um filme produzido nos Estados Unidos, ridicularizando a figura de Maomé, fundador do Islã, ocupou as manchetes dos meios de comunicação social de todo o mundo, pelas graves conseqüências que provocou. Foram inúmeros os países em que os protestos dos muçulmanos causaram dezenas de mortes, entre elas, do embaixador norte-americano na Líbia.

Poucos dias antes, o Festival de Cinema de Veneza havia premiado o filme "Paraíso: Fé”, que zomba a religião católica ao mostrar uma mulher masturbando-se com um crucifixo. Mas, diferentemente do que aconteceu com a produção norte-americana, foram raras as pessoas que tomaram a defesa da Igreja. Para uma delas, o motivo é simples: «Uma das características da “cultura” atual é atacar os católicos e, em seguida, defender-se apoiando-se na liberdade de expressão». De igual teor foi a reação do diretor de uma revista francesa ao se defender das críticas que recebeu, por ter acirrado mais ainda os ânimos, publicando charges contra Maomé, poucos dias depois do aparecimento do filme norte-americano: «As religiões não podem ser questionadas? Ou só é possível fazê-lo contra a Igreja Católica?».

Dois pesos e duas medidas: denegrir o Cristianismo é direito, arte e cultura, e ai de quem se atreve a divergir! Pelo contrário, ofender o Islã é preconceito e intolerância, como afirmou a própria Dilma Roussef no discurso que proferiu nas Nações Unidas, no dia 25 de setembro: «Como presidente de um país no qual vivem milhares de brasileiros de confissão islâmica, registro neste plenário nosso veemente repúdio à escalada de preconceito islamofóbico em países ocidentais».

Mas, até que ponto é lícito ferir a cultura e a religião de quem pensa diferente? Violência gera violência: à prepotência da imprensa, que se julga dona da verdade e acima de qualquer questionamento, há muçulmanos que se sentem no direito e no dever de responder com a força das armas! Em pronunciamento feito no dia 12 de setembro, o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, lembrou que o caminho a ser percorrido é diferente: «O respeito pelas crenças, pelos textos, pelos personagens e pelos símbolos das diferentes religiões é uma condição essencial para a coexistência pacífica dos povos».

Numa sociedade que se pensa cada vez mais tolerante, o que mais parece faltar é tolerância, sobretudo em matéria de ética, moral e religião. Foi o que disse o Papa Bento XVI na entrevista que concedeu ao jornalista alemão Peter Seewald, em 2010: «O que se está difundindo hoje é um novo tipo de intolerância. Existem maneiras de pensar bastante difusas que devem ser impostas a todos. É o que acontece, por exemplo, quando se afirma que, em nome da tolerância, não devem existir crucifixos nos edifícios públicos. No fundo, estamos eliminando a tolerância, porque, na realidade, isto significa que a religião e a fé cristã já não podem se expressar de modo visível.

A mesma coisa acontece quando, em nome da não discriminação, se quer obrigar a Igreja Católica a mudar a própria posição em relação à homossexualidade ou à ordenação sacerdotal das mulheres. Na prática, isso significa que não lhe é permitido viver a própria identidade, substituindo-a por uma religião abstrata como critério tirânico último, ao qual todos se devem dobrar. E isso seria liberdade, pelo simples fato de que nos livraria de tudo o que era praticado anteriormente.

A verdadeira ameaça diante de qual nos encontramos hoje é a de que a tolerância seja abolida em nome da própria tolerância. Há o perigo de que a razão ocidental afirme ter finalmente descoberto o que é justo e apresente uma pretensão de totalidade que é inimiga da liberdade. Creio ser necessário denunciar fortemente esta ameaça. Ninguém é obrigado a ser cristão. Mas também ninguém deve ser constrangido a viver segundo a “nova religião”, como se fosse a única e verdadeira, vinculante para toda a humanidade».

Para o Papa, a “nova religião” que está penetrando em todos os segmentos da sociedade é «a ditadura do relativismo, para quem nada é definitivo, e tem como único critério o próprio eu e suas vontades». Contudo, num mundo que assume como religião o relativismo, o que determina o pensamento e as atitudes das pessoas só poderá ser um novo paganismo...


Dom Redovino Rizzardo, sc
Bispo da Diocese de Dourados

UM SANTO PARA CADA DIA


São Venceslau

O santo que nos ensina com sua opção pelo Reino de Deus e de vida constante na luta para a santidade, é o príncipe Venceslau. Sua história se entrelaça com a vida e fé da família real. Nasceu em 907. Seu pai, Vratislau, era duque da Boêmia.

O pai e sua avó eram cristãos fervorosos, ao passo que sua mãe era uma pagã ambiciosa e inimiga da religião. São Venceslau foi educado pela avó (Ludmila), por isso cresceu religioso e muito caridoso para com os pobres, enquanto seu irmão educado pela mãe (Boleslau) tornou-se violento e ambicioso.

Com a morte do pai e pouca idade do santo herdeiro, a mãe má intencionada assumiu o governo. Sendo assim tratou de expulsar os missionários católicos. O povo revoltado, juntamente com os nobres pressionaram o príncipe para assumir o governo e com o golpe de estado Venceslau assumiu em 925.

Nos oito anos de reinado, Venceslau honrou a fama de "O príncipe santo". Logo que assumiu o trono, tratou de construir igrejas, mandou regressar os sacerdotes exilados, abriu as fronteiras aos missionários da Suábia e da Baviera. Venceslau governou com tanta justiça e brandura que com pouco tempo conquistou o coração do povo que o amava e por ele era concretamente amado: protetor dos pobres, dos doentes, dos encarcerados, dos órfãos e viúvas. Verdadeiro pai.

Este homem que muito se preocupou com a evangelização do povo a fim de introduzir todos no "sistema de Deus", era de profunda vida espiritual mas, infelizmente, odiado pelo irmão Boleslau e pela mãe, que além de matar a piedosa sogra - educadora do santo -, concordou com a trama contra o filho.

Quando nasceu o primogênito de Boleslau, São Venceslau foi convidado para um solene banquete onde foi pensando na reconciliação de sua família. Tendo saído para estar em oração, na capela real, foi apunhalado pelo irmão e pelos capangas dele. Antes de cair morto, São Venceslau pronunciou: "Em tuas mãos, ó Senhor, entrego o meu espírito". Isto ocorreu em 929.

São Venceslau, rogai por nós!

Espiritualidade do Instituto do Verbo Encarnado

Consideramos que nossa Espiritualidade deve estar profundamente marcada pelo mistério da Encarnação em seus múltiplos aspectos.
Queremos estar ancorados no mistério sacrossanto da Encarnação, que é "o primeiro mistério e fundamental de Jesus Cristo", atualmente presente, e dali nos lançar ousadamente a restaurar todas as coisas em Cristo (Ef 1,10). Queremos ser outra Encarnação do Verbo para encarná-lo em todo o humano.
Nossa religião "é uma doutrina, mas sobre tudo é um acontecimento: o acontecimento da Encarnação, Jesus, Homem-Deus que recapitulou em si o Universo (cfr. Ef 1,10)". "Impossível é encontrar algo semelhante ao mistério da Santíssima Trindade e da Encarnação".
Do fato da Encarnação Redentora queremos tirar luz e forças sempre novas, já que Jesus Cristo é fonte inexaurível do Ser, da Verdade, da Bondade, da Beleza, da Vida, do Amor.
Por que "ancorados no mistério da Encarnação"?
Porque desejamos viver intensamente as virtudes da Transcendência, a Fé, a Esperança e a Caridade, a fim de ser sal... ser luz, para não ser do mundo.
Porque queremos viver intensamente as virtudes do aniquilar-se: humildade, justiça, sacrifício, pobreza, dor, obediência, amor misericordioso... em uma palavra tomar a cruz (cfr.. MT 16,24).
Precisa estar no mundo e assumir em Cristo todo o humano. Só não assumindo o que não se pode assumir, como o pecado, o engano, a mentira, o mal.
Isso para tomarmos, como elementos fundamentais para permear com o Evangelho as culturas, os ensinamentos da Constituição Pastoral Gaudium et Spes do Concílio Vaticano II, as exortações apostólicas Evangelii Nuntiandi e Catechesi Tradendae; discursos do Papa João Paulo II, o documento de Povoa, a Carta Encíclica Slavorum Apostoli, a Carta Encíclica Redemptoris Missio, a exortação apostólica pós-sinodal Pastores dabo vobis, e todas as futuras diretivas, orientações, ensinamentos do Magistério ordinário da Igreja que possam dar-se no futuro sobre o fim específico de nossa pequena família religiosa.

Clipe do Hino Oficial da Jornada Mundial da Juventude

Assista ao clipe do Hino Oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013: "Esperança do Amanhecer", divulgado nesse domingo, 16.

O clipe oficial foi gravado por grandes nomes da música católica como Eliana Ribeiro, Olívia Ferreira, Adriana Arydes, Walmir Alencar, e dos vocalistas Leandro, da banda Frutos de Medjugorje, e Guilherme, da Rosa de Saron, no alto do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Cerca de 200 jovens voluntários participaram da gravação

UM SANTO PARA CADA DIA


São Vicente de Paulo



"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (Mat 22,37.39).

Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. O santo de hoje, São Vicente de Paulo, nasceu na Aquitânia (França) em 1581. No seu tempo a França era uma potência, porém convivia com as crianças abandonadas, prostitutas, pobreza e ruínas causadas pelas revoluções e guerras.

Grande sacerdote, gerado numa família pobre e religiosa, ele não ficou de braços cruzados mas se deixou mover pelo espírito de amor. Como padre, trabalhou numa paróquia onde conviveu com as misérias materiais e morais; esta experiência lhe abriu para as obras da fé. Numa viagem foi preso e, com grande humildade, viveu na escravidão até converter seu patrão e conseguiu depois de dois anos sua liberdade.

A partir disso, São Vicente de Paulo iniciou a reforma do clero, obras assistenciais, luta contra o jansenismo que esfriava a fé do povo e estragava com seu rigorismo irracional. Fundou também a "Congregação da Missão" (lazaristas) e unido a Santa Luísa de Marillac, edificou as "Filhas da Caridade" (irmãs vicentinas).

Sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres, sem usar as forças dos braços, mas a força do coração. Morreu quase octogenário, a 27 de setembro de 1660.

São Vicente de Paulo, rogai por nós!


1º Congresso Mundial 
do Mov. Eucarístico Juvenil será na Argentina

De 17 a 24 de setembro será realizado em Buenos Aires, na Argentina, o 1º Congresso Mundial do Movimento Eucarístico Juvenil. Cerca de 210 delegados de 32 países devem participar do evento.

O Movimento Eucarístico Juvenil é uma associação internacional da Igreja para a formação cristã de crianças e jovens. A agremiação procura ensiná-los a viver segundo o caminho e os ensinamentos de Jesus através da experiência de oração, da Eucaristia e da Palavra de Deus, levando-os a uma vida de serviço, atentos às exigências do mundo de hoje.

O objetivo do Encontro Mundial é aprofundar a espiritualidade comum ao movimento.

O Movimento Eucarístico Juvenil era conhecido como "Cruzada Eucarística". Depois de 98 anos de fundado, esta será a primeira vez em que irão se encontram os delegados de todo o mundo.

Audiência Geral: Jamais podemos ser pessimistas!

O Papa Bento XVI recebeu fiéis e peregrinos na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a tradicional Audiência Geral das quartas-feiras.

No encontro, que esta semana precede a viagem ao Líbano, Bento XVI falou em sua catequese sobre a oração na segunda parte do Apocalipse.

Enquanto na primeira parte a oração está orientada para dentro da vida eclesial, na segunda parte a atenção está dirigida ao mundo inteiro.

A Igreja, de fato, caminha na história, e faz parte dela, segundo o projeto de Deus. A assembleia deve saber ler em profundidade a história que está vivendo, aprendendo a discernir com a fé os acontecimentos para colaborar, com a sua ação, ao desenvolvimento do reino de Deus. E esta obra de leitura e de discernimento, como também de ação, está estritamente ligada à oração.

Dirigindo o olhar ao Céu de Deus, na relação constante com Cristo, abrindo a Ele o nosso coração e a nossa mente na oração pessoal e comunitária, nós aprendemos a ver as coisas de modo novo e a colher seu significado mais verdadeiro. Para uma leitura mais profunda da história, o Senhor guia a comunidade cristã, convidando-a a considerar com realismo o presente que está vivendo.

Diante da violência, da injustiça, da fome, da doença, diante de realidades dramáticas, a comunidade eclesial é chamada a jamais perder a esperança. O Apocalipse nos diz que a oração alimenta em cada um de nós e nas nossas comunidades essa visão de luz e de profunda esperança: nos convida a não nos deixar vencer pelo mal, mas a vencer o mal com o bem. A Igreja vive na história, mas não se fecha em si mesma; enfrenta com coragem o seu caminho em meio a dificuldades e sofrimentos.

Eis a síntese em português que Bento XVI fez de sua catequese:

“Queridos irmãos e irmãs, a oração é como uma janela aberta que nos permite ter os olhos voltados para Deus, não só para nos lembrar a meta para a qual tendemos, mas também para deixar que a vontade de Deus ilumine o nosso caminho terreno e nos ajude a vivê-lo com intensidade e empenho. Neste sentido, a segunda parte do Apocalipse nos mostra, através dos símbolos do trono de Deus, do livro e do Cordeiro imolado, como a oração pessoal e comunitária nos leva a ver a realidade de um modo novo, captando o seu pleno sentido. O Trono representa o senhorio de Deus sobre a história; o Livro com os sete selos, o plano de Deus sobre os homens e os acontecimentos; e o Cordeiro imolado se refere a Cristo morto e ressuscitado, o grande vencedor do maligno. De fato, o Apocalipse nos ensina a ler a realidade, muitas vezes marcada por sofrimentos e aparentes derrotas, com um olhar de esperança: como cristãos, jamais podemos ser pessimistas! Devemos olhar para Cristo Crucificado e Ressuscitado que nos associa à sua vitória!

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os portugueses de Avintes e Alpendurada, bem como os fiéis de Curitiba, acompanhados de seu Bispo, Dom Moacyr Vitti e todos os demais grupos de brasileiros. Lembrai-vos de que a vida de oração do cristão deve ter por centro a Missa dominical. É na Eucaristia que experimentareis como o Senhor Jesus vem e faz morada em quem n’Ele crê e acolhe. E que Deus vos abençoe em todas as vossas necessidades! Ide em paz!

Semana Nacional da Vida discute vida, saúde e diginidade


O início do próximo mês será marcado por intensas atividades em prol da vida humana. Assim será a Semana Nacional da Vida, realizada de 1 a 7 de outubro deste ano, com o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”.

Assim como no ano passado, a Semana da Vida buscou ter algum vínculo com a Campanha da Fraternidade, por isso o tema mantém a questão da saúde dentro de uma reflexão sobre a vida e a dignidade.

Instituída, em 2005, pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Semana da Vida acontece todos os anos. De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da Conferência, padre Rafael Fornasier, a iniciativa surgiu a partir de uma necessidade de refletir sobre a vida humana, tendo em vista tantas ameaças a ela.

“A Semana Nacional da Vida aparece como um momento de reflexão sobre as questões ligadas à vida. Acho que a Igreja no Brasil, por meio da CNBB, percebeu a necessidade de refletir, nas bases das nossas comunidades, sobre as questões que envolvem a vida, o respeito, a promoção e a defesa diante de tantas ameaças que nós podemos perceber em relação à vida humana”, disse padre Rafael.

Para colaborar com a realização do evento, a comissão lançou a 2ª edição do subsídio “Hora da Família”, o qual traz o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”.

O assunto está dividido em sete encontros; estes tratam desde a acolhida da vida até o cuidado com as pessoas que entram em sua fase final. A divisão dos encontros é a seguinte: '1º- Qual o meu papel?'; '2º- Acolhida à vida nascente'; '3º- Transmissão da vida: qual a missão do casal?'; '4º- Hábitos e comportamentos de risco'; '5º- Saúde e equilíbrio do homem'; '6º- Dignidade e qualidade de vida'; e, por fim, '7º- O sentido do entardecer da vida'.

Padre Rafael informou que estes roteiros pré-estabelecidos podem ser modificados, aumentados e adaptados a algum encontro. “A criatividade pode ter um papel relevante”.

O subsídio pode ser adquirido junto aos casais coordenadores da Pastoral Familiar nas Paróquias, ao coordenador diocesano, aos coordenadores da Pastoral Familiar dos regionais da CNBB ou diretamente no secretariado nacional da Pastoral Familiar, por meio de seu site ou pelo telefone (61) 3443 2900.

A Semana termina com o 'Dia do Nascituro', comemorado em 8 de outubro para homenagear o novo ser humano, a criança que ainda vive dentro da barriga da mãe.

A data celebra o direito à proteção da vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos.

Padre Rafael conclui ressaltando a importância dos fiéis católicos assumirem a missão de defenderem a vida humana em todas as suas etapas. “O cristão recebe esse chamado do Senhor, vive esse chamado, procurando cuidar da sua própria vida, da vida do outro e aí ele remete vida não somente à sua própria administração, mas ele vê e percebe, acredita que a vida tem uma fonte que está acima de todas as coisas e que a Deus pertence a vida”.

UM SANTO PARA CADA DIA


São Nilo


Neste dia mergulhamos na história de São Nilo, onde encontramos um exemplar cristão que viveu no sul da Itália e no fim do primeiro milênio. Nilo, chamado o Jovem, fazia parte de uma nobre família de origem grega, por isso foi considerado o último elo entre a cultura grega e a latina.

Era casado e funcionário do governo de Constantinopla, com o nascimento de uma filha, acabou viúvo e depois descobriu sua vocação à vida monástica, segundo a Regra de São Basílio. Após várias mudanças acabou se fixando em Monte Cassino, perto da famosa abadia beneditina.

Seu testemunho atraiu a muitos, tendo assim a felicidade de fundar vários mosteiros no Sul da Itália, com o cotidiano pautado pelo trabalho e oração. No trabalho, além da agricultura, transcrevia manuscritos antigos, introduziu um sistema taquigráfico (ítalo-grego) e compôs hinos sacros.

São Nilo realizou várias romarias aos túmulos dos santos Pedro e Paulo, aproveitando para enriquecer as bibliotecas de Roma, até que a pedido de Gregório, Nilo fundou um mosteiro em Grottaferrata, perto de Roma.

Este pacificador da política e guerras da época, teve grande importância para a história da Igreja, e na consolidação da vida monástica. Morreu com noventa e cinco anos de idade, no dia 25 de setembro de 1005.

São Nilo, rogai por nós!

Jovens convidam para JMJ em 4 línguas. Ouça!

Convite jovens JMJ Rio2013.mp3

Participar de uma Jornada Mundial da Juventude é viver grandes desafios. Formar seu grupo de peregrinos, experimentar o convívio comunitário durante uma semana, estar longe de casa e conseguir o dinheiro para garantir toda essa experiência… O site da JMJ Rio 2013 publicou um vídeo em que jovens de 4 países convidam para as inscrições. Ouça a reportagem clicando acima.
Começaram no dia 28 de agosto as inscrições de peregrinos para participar da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, entre 23 e 28 de julho do ano que vem, com a presença do Papa. São esperados em torno de 2 milhões de jovens de todo o mundo.
Segundo a Irmã Maria Shaiane Machado, "no momento da inscrição, o grupo de peregrinos poderá optar pelo tipo de pacote. Assim poderemos acolher o peregrino em suas necessidades". "A inscrição no portal oficial da JMJ Rio2013 representa uma pré-reserva. A confirmação da inscrição é o pagamento" - disse. "O peregrino já pode optar pelo seu pacote e a JMJ está se organizando para acolhê-lo", informa a diretora do Setor de Inscrições da JMJ Rio2013.
Para os brasileiros, os valores de inscrição variam de R$ 103,55 a R$ 577,60, dependendo do tipo de acolhimento que o peregrino deseja (incluindo ou não alojamento e alimentação) e do tempo que ficará no Rio de Janeiro (dois, três ou seis dias).
As inscirções são feitas em duas etapas. Na primeira etapa, ocorre a inscrição dos grupos, por meio de um responsável e um corresponsável. Depois será feita a inscrição individual.
O Comitê Organizador Local (COL) da JMJ divulgou um manual que explica, em detalhes, como deve ser feita a inscrição.
As pessoas que tiveram aceitos seus pedidos de inscrição como voluntários não precisam se inscrever como peregrinos. Já os candidatos ao voluntariado que não foram selecionados precisam se inscrever como peregrinos.
Dúvidas sobre as inscrições devem ser encaminhadas a comunic@rio2013.com (CM)

UM SANTO PARA CADA DIA


Beata Teresa de Calcutá


Beata Teresa de Calcutá, rogai por nós!"Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz." Mais do que falar e escrever, Madre Teresa vivenciou este seu pensamento. Nascida a 27 de agosto de 1910 em Skoplje (Albânia), foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu. Pouco se sabe da sua infância, adolescência e juventude, porque Madre Teresa não gostava de falar de si própria. Aos dezoito anos, surge-lhe o pensamento da consagração total a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, entrou, no dia 29 de setembro de 1928, para a Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda. O seu sonho, no entanto, era a Índia, o trabalho missionário junto aos pobres. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o Noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, faz a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria diz: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux. Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora cercada de meninas filhas das melhores famílias de Calcutá, impressionava-se com o que via quando saía às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças. No dia 10 de setembro de 1946, dia em que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade (congregação fundada por Madre Teresa) como o "Dia da Inspiração", Irmã Teresa, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, depara-se com um irmão pobre de rua que lhe diz: "Tenho sede!". A partir disso, ela tem a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres. Após um tempo de discernimento com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua Madre Superiora, Irmã Teresa sai de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário pelas ruas de Calcutá. Começa por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, a quem começou a dar escola. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças. Os inícios foram muito duros, mas Deus ia abençoando a obra da Irmã Teresa e as vocações começaram a surgir, precisamente entre as suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começa a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e a 7 de outubro de 1950 a congregação fundada por Madre Teresa é aprovada pela Santa Sé expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro. No ano de 1979 recebe o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebe em audiência privada e torna Madre Teresa sua melhor "embaixadora" em todas as Nações, Fóruns e Assembléias de todo o mundo. Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação (vida esta reconhecida por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por países submetidos ao marxismo), Madre Teresa foi encontrar-se com o Dono e Senhor de sua vida a 5 de setembro de 1997. Seu velório arrastou milhares de pessoas durante vários dias. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Missionário Mundial.

UM SANTO PARA CADA DIA


S. Gregório Magno, 

Papa e Doutor da Igreja. 

São Gregório Magno, nasceu em Roma no ano de 540. A família Anícia, à qual pertencia, era uma das principais de Roma. Quando seu pai morreu, Gregório, ainda muito jovem, era prefeito da cidade. O historiador protestante Harnack admira "a sabedoria, a justiça, a mansidão, a força de iniciativa, a tolerância" e Bossuet considera-o o "modelo perfeito de como se governa a Igreja". É considerado um dos mais célebres Papas da história da Igreja, e seu pontificado durou 14 anos (de 3 de Setembro de 590 a 12 de Março de 604), é marcada por coisas incríveis: organiza a defesa de Roma ameaçada por Aginulfo, com quem reata depois relações de boa vizinhança; administra os bens públicos com religiosa equidade, suprindo o descanso dos funcionários imperiais; favorece o progresso dos agricultores eliminando todo o resíduo de escravidão da gleba; animado pelo zelo, promove a missão de Santo Agostinho de Cantuária na Inglaterra e é o primeiro a usar o nome de servo dos servos de Deus.
O epistolário (chegaram a nós 848 cartas) e as homilias ao povo dão-nos farto testemunho de suas múltiplas atividades, deixando a sua marca em toda parte: lembramos por exemplo, o campo litúrgico, com a promoção do canto gregoriano, o direito canônico, a vida ascética monacal, a pastoral e o apostolado leigo. A sua familiaridade com a Sagrada Escritura aparece nas Homilias sobre Ezequiel e sobre o Evangelho, enquanto os Moralia in Job atestam a sua admiração por Santo Agostinho.
Era admirador excepcional figura de São Bento, fundou sete mosteiros, seis na Sicília e um em Roma. Profunda influência exerceu, juntamente com a Vida de São Bento, o seu livro Regra pastoral, válido ainda hoje.

Coleção virtus


CEGOU SEUS OLHOS

4. Remédios

Extremis malis, extrema remedia, diz o ditado ( para grandes males, grandes remédios). Ou em boca de Hamlet:

Diseases desperate grown
By desperate appliance are relieved,
Or not at all [1]

Olhando, pois, as características que temos assinalado para este mal, encontramos, per oppositum, os remédios para curá-lo.

1) Humildade

Por ter raiz na soberba, há de curar com extrema humildade.  Sendo que os juízos próprios provem do alto conceito que temos em nossos juízos e pontos de vista, não há melhor remédio que a humildade.  “humildade no parecer” é saber duvidar de si mesmo naquilo que não tem mais fundamento que nossa opinião.  Humildade é reconhecer necessitado de conselho e buscá-lo com sinceridade.  Humildade é deixar-se corrigir,  aceitar com simplicidade as correções e colocá-las em pratica com prontidão.  Humildade é aceitar por principio que nossos pontos de vista são míopes (especialmente no que toca aos juízos sobre nós mesmos) e ser consciente que “quatro olhos vêem melhor que dois”.  Como diz o Sirácidas: não desprezes o discurso dos sábios, volta sempre as tuas sentenças, pois é deles que apreenderás a disciplina e a arte de servir os poderosos.  Não te afastes do discurso dos anciãos, porque eles mesmos estiveram na escola de seus pais. (Si 8, 8-9). E o livro dos Provérbios: O sábio escuta os conselhos (12,15).

2) Docilidade

Por ser um modo de persistência se cura com docilidade.  Docilidade ao Espírito Santo, a palavra revelada, ao magistério da Igreja, aos superiores, ao diretor espiritual.  São João de Ávila diz: “Maldito seja este parecer próprio, que tanto trabalho dá a quem o tem, e que tanto desacato é contra Deus!... Tem cuidado não de reger-los, mas de contentá-los como Deus os rege. Vossa vontade é torta, e vosso parecer cego: não queirais tais guiadores. Guie aquela vontade sumamente boa e que não possa querer senão o bem. Rege aquele saber que não engana e nem é enganado.  Encha de vosso cuidado Naquele que tão bem cuida e vela sobre os que a Ele se encomenda.  Aproximai-vos Daquele que os viu antes que vos nascestes”.[2]

As mais notáveis atitudes de docilidade é a Regra de Santo Inácio que sinala como principio fundamental para unificar nossos juízos com os da Igreja: “Devemos ter em conta para acertar em tudo, o branco que eu vejo, devo crer que é negro, se a Igreja hierárquica assim o determina, crendo que entre Cristo Nosso Senhor, esposo, e a Igreja sua esposa, é o mesmo espírito que nos governa e rege para a saúde de nossas almas, porque pelo mesmo Espírito que Nosso Senhor, deu os dez Mandamentos, é assim regida e governada nossa Santa Mãe Igreja”.[3]
Não se trata aqui de negar o que é evidente, senão pelo contrario, de não absolutizar nossas percepções.  Por isso Santo Inácio nos disse- e isso há que ressaltá-lo- que devemos acreditar que o branco é negro, senão que o “branco que eu vejo”; na versão vulgata diz “quod oculis nostris apparet album”: o que a nossos olhos parece branco. Esta regra nos manda desconfiar de nossas ponto de vista, sempre falíveis e marcados pela ferida da ignorância original.  Nos manda, pois, desconfiar de percepções e juízos degenerados muitas vezes por inumeráveis prejuízos.

3) Desapego

Ao ter raiz em algum afeto desordenado, como temos dito se faz necessário o desapego, é dizer, o trabalho particular sobre as paixões que dominam nossos juízos condicionando-os.  Só quem é senhor de suas paixões será também imparcial senhor de seus juízos.

4) Obediência

Por ser rebeldia (especialmente nos religiosos) é necessário, como disse Santo Inácio, “prende-lo debaixo da obediência”. Por isso, Santo Inácio manda “vencer e prender o juízo debaixo da santa obediência” sempre que a jurisdição da vontade possa estender-se sobre o entendimento, “como é onde não tem evidencia que o force”[4]

Pede a seus religiosos que avantajem aos demais institutos religiosos em “abnegação de nossos juízos”[5].  E sinala como o grau mais perfeito de obediência o de sujeição do juízo (o primeiro é da obediência em execução, o segundo da obediência de vontade, e o terceiro é este). Essa obediência se trata, da oblação que faz a vontade do mesmo juízo racional naquelas coisas “em que não lhe força a evidencia da verdade conhecida”; é ali que “pode com a vontade inclinar-se mais a uma parte que a outra; e em tais todo verdadeiro obediente dever inclinar-se a sentir o que seu superior sente”[6].  Fixemo-nos que Santo Inácio não manda sujeitar o juízo naquilo que é evidente e claro para a inteligência; nisto, se o superior manda ao contrario (e não é pecado), basta com a obediência de execução e vontade.
   
Mas no que é opinável e não é evidente, deve aceitar como bom e melhor o parecer de quem esta por cima de nós.  E explicar isso inclusive nas coisas humanas: “ainda nas coisas humanas, comumente o sentem os sábios, que é prudência verdadeira não fiar-se de sua própria prudência, e em especial nas coisas próprias, onde não são os homens comumente bons juízes pela paixão”[7].

Isto vale sobre tudo em questões espirituais: “E é certo que em coisas e pessoas espirituais é ainda mais necessário este conselho, por ser grande o perigo da via espiritual quando sem freio de discrição se corre por ela.  Pelo qual disse Cassiano na colação do abade Moisén: “Como nenhum outro vicio o demônio leva tanto ao monje precipitar-se em sua perdição, como quando lhe persuade que, desprezados os conselhos dos mais ancião, se confie em seu juízo, resolução e ciência”[8].

5) Negação de si mesmo

Por ser uma auto-afirmação, não há mais que negar-se a si mesmo.  É dizer, saber duvidar de si (nas coisas que tem que duvidar; pois alguns duvidam do que tem que ser firme e certo).  E saber negar o próprio parecer no pouco (nas coisas e opiniões pequenas).  Assim como o que deixa levar pelo juízo próprio nas coisas pequenas, cada vez se deixa levar mais pelo juízo próprio nas coisas maiores, assim também o que nega seu ponto de vista nas coisas pequenas, se deixa iluminar por Deus nas coisas cada vez maiores.  Disse São João de Ávila; “Quem está acostumado a crer-se, e estima seu entendimento por sábio, querendo sair com seu parecer nas poucas coisas [= de pouca importância], se achara novo e dificultoso em negar seu parecer nas coisas maiores.  E, pelo contrario, o exercitado em coisas pequenas a   chamar a seu entendimento de necio e a confiar pouco nele, acha-se já facilitado para sujeitar-se, ou ao parecer de Deus ou de seus maiores, ou para não julgar facilmente ao seu próximo.”[9]             

6) Espírito de fé

Finalmente, porque o juízo próprio nos conduz a ter juízos contrapostos aos divinos (e inclusive pode fazer precipitar em pecados contra a fé) devemos exercitar o espírito de fé.  O espírito de fé, é o modo de julgar que procede dos princípios da fé.  Nos faz ver de um modo totalmente distinto, e inclusive diametralmente oposto, ao dos mundanos, pagãos, fariseus e necios: o mistério da dor, da morte, da eternidade, a obra da providencia, o mistério da historia, as obras dos homens, as maquinações dos ímpios, a perseguição dos justos e a obediência aos que estamos sujeitos.

Este mistério julga tudo a luz de três critérios;

1° o primeiro é a dependência de Deus.  Ainda que o ímpio diga em seu coração “não existe Deus”, o homem de fé repete as palavras do Senhor: Nem sequer um cabelo de vossas cabeças cairá sem a permissão de Deus (Lc 21, 18).

2°O segundo critério é o da providencia amorosa de Deus, que nos ensina que todas as coisas, inclusive a dor, a perseguição e o mal, ocorrem para o bem dos eleitos: Nós sabemos que Deus coopera em  tudo para o bem daqueles que o amam (Rom 8, 28).

3° O terceiro critério é o da centralidade de Deus e Cristo, que nos ensina que Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, as coisas presentes e futuras. Tudo é vosso; mas vos sois de Cristo e Cristo é de Deus (1 Cor 3, 21-22).  O único importante é Cristo.  Por isso ante Ele há que dizer como o Batista: É preciso que Ele cresça e eu diminua (Jo 3, 30).

O espírito de fé gera submissão aos superiores, docilidade ao conselho alheio, plena conformidade com a vontade divina nas tribulações da vida.   
    
5. Conclusão

O fruto de não seguir nosso parecer, nosso próprio juízo, senão o de Deus (através dos superiores, diretores espirituais, etc.) é a paz da alma.  Ninguém repete esta idéia tanto como o grande São João de Ávila; por exemplo:

-“Assim é que, se nós tiramos de nossa alma o zombador (cf. Prov 22, 10), teríamos paz, se desejássemos nosso próprio parecer e seguíssemos os de Deus e deixássemos  Ele fazer, em nossa casa teria paz.  Tira fora teu próprio sentido e ficaras em paz...  Não há que ter parecer para o que Deus quer de ti.  E por isso tem guerra, porque queres ter um sim e um não na boca... -Faz isto! - Não quero.  Não faças isto!  -Sim quero. 
-Pois o que se põem no querer de Deus, sem querer sim nem não, tira fora o escarnecedor (= diabo, burlador)”[10].

“-De onde nascem as angustias que tens, esses descontentamento, esse nunca achar bem, esse nunca contentar de coisa que acontece, que parece que nenhuma coisa se faz bem?  De vosso parecer... Corta esse parecer, que não sabe se foi bom isso o que se fez , que tu agora querias... Prova que não sabes o que é o melhor para ti.  Ponha-se em   segurança da raiz desta arvore e corte-a; corta esse  parecer e descansaras, logo terá sossego; nenhuma coisa acontecerá, por contraria que seja ao que tu queres, que te de pena; tira essa raiz, terá alegria, terá paz”[11].
-“ Em que esta o viver em paz?  -Em crer que Deus tem cuidado do que o cumpre; em reger por seu parecer; em crer que aquele é o melhor, ainda que a vosso juízo não pareça assim,
Tira, tira, pois esse parecer; desapegue do que tu sabes, do que tu queres do que a ti te parece que cumpre. Apegasse ao saber de Deus. Rege-te só ao parecer de Deus.  Nega-te a ti mesmo e segue a Cristo. Triste de ti que quando faz o parecer de Deus te pesa, e quando fazes o que tu queres te alegras.  Quando pensa que tem que fazer a vontade e Deus, temes, e quanto o que tu queres, te alegras.  Deveria ser ao contrario.  Não esta melhor confiar em Deus que em ti?...  Nunca chegaras a Cristo senão tira este teu parecer”[12].

Para terminar vale a pena meditar aos poucos este outro texto do grande Santo andaluz: “Tomando, pois, castigo destas coisas, os adverte que, assim como tem de ser inimiga de vossa vontade, assim muito mais vos será de vosso parecer, e de querer sair com a vossa, pois que vês o mal paradeiro que tem o próprio parecer... e ainda que seja em coisas levianas, não sigais, porque as duras penas acharas coisas que tanto turbe o sossego que Cristo quer em vossa alma para comunicar-se com ela, como o porfiar e querer sair com a vossa.  Mais vale que não façais o que vos desejais, que perder coisa que tanto tens para gozar de Deus em sossego”[13]


[1] Shakespeare, Hamlet, IV, 3, “As enfermidades, crescidas ate a desesperação/ ou se curam por remédios desesperados/ ou não se curam de modo nenhum”.
[2] São João de Ávila, Carta 56,OC, 1, 531,136-158.
[3] É a regra 13° das regras para sentir com a Igreja: EE, n. 365
[4] Santo Inácio, Carta ao P.Urbano Fernandes, p. 810.
[5] Santo Inácio, Carta aos Jesuítas de Portugal, 1, p. 852.
[6] Santo Inácio, Carta aos Jesuítas de Portugal, 3, p. 854.
[7] Santo Inácio, Carta aos Jesuítas de Portugal, 3, p. 855.
[8] Santo Inácio, Carta aos jesuítas de Portugal, 3, p.855.
[9] São João de Ávila, Audi filia, c.55.
[10] São João de Ávila, Sermão 19, OC, II, 299, 31-44.
[11] São João de Ávila, Sermão 78, OC, II, 1215, 258-282.
[12] São João de Ávila, Carta 41,OC, I 482, 123-135.
[13] São João de Ávila, Audi filia, 55.