Vaticano: "A paz requer decisões corajosas"


Cidade do Vaticano (RV) - A Santa Sé acolheu “positivamente” a decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas com a qual a Palestina se tornou “Estado Observador não-membro” e recordou a sua posição, que defende a concessão a Jerusalém de um estatuto especial, garantido internacionalmente. Tal estatuto garantiria a liberdade de religião e de consciência, a identidade e o caráter sagrado de Jerusalém como Cidade Santa, o respeito e a liberdade de acesso a seus lugares sagrados.

“A paz precisa de decisões corajosas e a votação desta quinta-feira refletiu o sentimento da maioria da comunidade internacional, reconhecendo aos palestinos uma presença mais significativa nas Nações Unidas” – afirma a nota do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi. Para a Santa Sé, “este documento é a base jurídica para a existência de dois Estados, como previsto 65 anos atrás, quando Israel foi constituído, em respeito à Resolução 181 da ONU de 29 de novembro de 1947, e a Palestina não viu a luz”.

“A Santa Sé considera que o atual resultado não representa, por si só, uma solução eficaz aos problemas existentes na região, que só terão uma resposta adequada se houver um empenho efetivo em construir a paz e a estabilidade na justiça e no respeito das legítimas aspirações, de israelenses e palestinos”.

“E é por isso – continua a nota – que a Santa Sé convidou várias vezes os responsáveis dos dois povos a retomar as negociações com boa vontade e buscar sinceramente soluções que sejam alicerces seguros para a paz duradoura”.

Além disso, “a Santa Sé dirigiu um apelo à Comunidade internacional para que aumente seus esforços e incentive sua criatividade para adotar adequadas iniciativas que ajudem a obter uma paz duradoura, no respeito dos direitos dos dois povos”.

Com o estatuto de "Estado observador" - até agora exclusivo da Santa Sé -, a Palestina pode solicitar admissão a outras instituições da ONU e instaurar processos por crimes de guerra contra líderes israelenses junto ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e do Tribunal Penal Internacional em Haia (TPI).
(CM)

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