Rezar com a Sagrada escritura


2. A Bíblia pilar da vida cristã

Um dos pilares do trabalho espiritual que tem que fazer todo cristão de modo diário e permanente é o contato com a Sagrada Escritura, pois a palavra de Deus faz com cada individuo o que faz com a Igreja: 1° o faz nascer e viver, 2° O sustem ao largo de sua historia, 3° o penetra e anima, com a potencia do Espírito Santo[1].
Como disse São Paulo a Timóteo, as “Sagradas letras” possam dar-nos “a sabedoria que leva a salvação mediante a fé de Cristo Jesus” (2 Tim 3,15).

Temos necessidade de dedicar-nos a Sagrada Escritura.

            Por este motivo, os padres da igreja foram, como teólogos principalmente “comentadores da Bíblia”. De muitos deles nos tem chegado comentários de muitos (e em alguns casos de quase todos) os livros da Bíblia.  E isso que eles contam com elementos muito rudimentares para ler La, analisá-la e estudá-la.  Mas o dedicavam suas vidas.        
            O exemplo mais preclaro de São Jerônimo,         quem submarca a alegria e a importância de familiarizar-se com os textos bíblicos: “Não te parece que, já aqui, na terra, estamos no reino do céu quando vivemos entre estes textos, quando meditamos eles, quando não conhecemos e buscamos mais nada?” (Ep.53,10).  É sua a frase “ignorar a Escritura é ignorar a Cristo”.  Mas o ignora não só o que não a lê senão que a lê sem estudá-la ou sem tratar de entendê-la.

            Verdadeiramente “enamorado” da palavra de Deus, se perguntava: Como é possível sem a ciência das Escrituras, através do qual se aprende a conhecer a Cristo mesmo, que a vida dos crentes?”(Ep.133,13), se converte em  estimulo e manancial da vida cristã para todas as situações e para todas as pessoas.

            Ler a Sagrada Escritura é falar com Deus: “Se oras –escreve a uma jovem nobre de Roma- falas com o Esposo; se lês é ele que te fala”(Ep. 22,25).   O estudo e a meditação da Escritura fazem sábio e sereno o homem  (cf. In Eph., prólogo).  Para penetrar de uma maneira cada vez mais profunda na palavra de Deus faz falta a aplicação constante e progressiva.  Isso significa que devemos estudar e comentar a Escritura aos fieis, mais que outros temas.

Uma romana dava estes conselhos para a educação cristã de sua filha: “Estude todos os dias alguma passagem das Sagradas Escrituras (...). Que a oração acompanhe a leitura e a leitura a oração (...). Ame os livros divinos em vez das joias e dos vestidos de seda” (Ep. 107, 9.12). Com a meditação e a ciência das Escrituras se “mantém o equilíbrio da alma” (Ad Eph., prólogo). Só um profundo espírito de oração e a ajuda do Espírito Santo podem introduzir-nos na compreensão da Bíblia “Ao interpretar a Sagradas Escrituras sempre necessitamos da ajuda do Espírito Santo” (In Mich. 1, 1, 10, 15). 

São Jerônimo, durante toda a sua vida, se caracterizou por um amor a Sagradas Escrituras, um amor que sempre tratou de suscitar nos fieis. A uma de suas filhas espirituais lhe recomendava ama a Sagradas Escrituras, e a sabedoria te amará; ama-a ternamente e te custodiará; honra-a e receberá suas caricias. que seja para ti como teus colores e teus pingentes” (Ep. 130, 20).

A tradição continuou com a mesma força entre os teólogos medievais: “o teólogo medieval, dizia Vosté, sempre se dedicava a Bíblia”(17).  Falando sobre Santo Tomaz, o P. Congar tem este eloquente elogio: “Santo Tomaz jamais ensinou a Suma, mas consagrou a primeira hora do dia, aquela em que a atenção ainda esta fresca, a ‘primeira hora’ para comentar o texto sagrado. Assim, ao mesmo tempo em que as questões dialéticas se desenvolvem por si mesmas, a Escolástica encontrava um equilíbrio no contato direto com a palavra de Deus, não somente para evocar alguns textos como argumentos, senão para fazer comentário sistemático e continuo”.

Devemos, pois, examinar com toda a sinceridade como é nossa relação com as Sagradas Escrituras: nosso amor e nosso trato cotidiano. Quantas vezes temos lida a Bíblia completa? E pelo menos os Evangelhos? Quantas cabeças se abaixam com vergonha diante desta pergunta!

Sendo as sagradas Escrituras Palavra viva e eficaz de Deus,o trato familiar e profundo com a mesma Escritura é eficazmente reparador e santificante . Senão nos diz nada é por causa de nossa Superficialidade.  Devemos ter com a Bíblia um trato mais profundo do que solemos, devemos não só ler La senão que estuda-la, se possível ler comentários sobre ela ( sempre que nos conste que são bons e conformes com a doutrina sã da Igreja) os que tem mais luzes deviam animar-se a enfrentar os livros especializados que nos induzem a este mundo misterioso, especialmente baixo o guia seguro do magistério e dos grandes padres e teólogos, com muita tentativa de não cair desbarrancados na critica racionalista.

E em particular os sacerdotes deveriam tomar consciência de que são “explicadores da Sagrada Escritura”, comentadores ainda mais que não sejam para seu proveito pessoal e o de seus fieis.

Este contato se pode realizar de diversas maneiras: pela leitura espiritual, pelo estudo, pela meditação e pela lectio divina.


[1] Instrumentum laboris para o Sínodo da  Palavra (2008), cap.4.


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